Casos de varíola dos macacos aumentam no Brasil e autoridades estudam aplicação de vacinas
O Brasil já soma 607 casos confirmados de varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox. A maior parte dos pacientes foi identificado nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Febre, dores musculares e de cabeça, inchaço dos linfonodos, calafrios e exaustão estão entre os sintomas da doença. Erupções cutâneas podem surgir de um a três dias após a as primeiras manifestações da infecção.
O vírus causador da doença é transmitido através do contato direto com as lesões de pessoas infectadas, gotículas respiratórias ou materiais infectados, como roupas e lençóis de cama. O uso de máscaras, a higienização das mãos e o distanciamento são maneiras de evitar o contágio.
Cenário global da varíola dos macacos
Há cerca de 15 mil casos de monkeypox confirmados em 72 países. Espanha, Alemanha e França lideram o ranking de nações mais afetadas.
Nesta quinta-feira (21), especialistas se reuniram para avaliar se a Organização Mundial da Saúde (OMS) deve ou não declarar nível máximo de alerta para a doença. Reunião similar já havia acontecido no dia 23 de junho, mas ficou decidido que o vírus ainda não representava emergência de saúde pública de alcance internacional.
Da última vez, a decisão do Comitê de Emergência foi publicada dois dias após a reunião. Porém, ainda não há previsão para a divulgação dos resultados obtidos no encontro de ontem.
Vacinação
Países como Estados Unidos, Reino Unido e França já estão imunizando parte da população considerada de maior risco. Integram o grupo os profissionais da saúde e também homens gays, bissexuais ou que fazem sexo com outros homens. Vale dizer que a varíola dos macacos não é uma infecção exclusiva para pessoas da comunidade LGBTQIA+.
Estes países estão comprando o imunizante da empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, a única com vacina aprovada contra a monkeypox. No entanto, o Brasil está discutindo a possibilidade de produzir o composto contra o vírus no próprio Instituto Butantan, em São Paulo.
Na década de 1970, o laboratório desenvolveu um imunizante para erradicar a varíola humana. Essa mesma injeção oferece até 85% de proteção contra a versão atual da infecção.
O deputado federal Geninho Zuliani (União-SP) apresentou no início de julho um Projeto de Lei para a inclusão da vacina contra a varíola dos macacos no Calendário Nacional de Imunização do Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta ainda precisa ser votada.