Caveira com buraco na testa prova cirurgia de crânio feita há 3 mil anos
Durante a reunião anual da Associação Americana de Antropólogos Biológicos, Diana Simpson, pesquisadora da Universidade de Nevada, em Las Vegas, apresentou evidências do que parece ter sido a cirurgia de crânio mais antiga realizada na América do Norte.
A bio-arqueóloga se baseou em um crânio masculino encontrado no que é hoje o noroeste do estado do Alabama. O esqueleto, datado entre 3 e 5 mil anos atrás, traz um buraco na região da testa, sugerindo que alguém raspou aquele pedaço de osso.
De acordo com a pesquisadora, a raspagem provavelmente foi feita para reduzir o inchaço cerebral causado por um ataque violento ou uma queda grave. Fraturas e outras lesões encontradas no corpo do homem corroboram com a ideia.
A cirurgia foi bem sucedida. O crescimento ósseo nas bordas da abertura do crânio sugere que o homem viveu por até um ano após o procedimento.
Até então, a cirurgia de crânio mais antiga da América do Norte datava cerca de 1.000 anos atrás. As evidências recentes foram retiradas de Little Bear Creek Site, sítio arqueológico localizado no Alabama.
Também foram encontrados no túmulo alfinetes de osso afiados e ossos modificados de veado e peru, que podem ter sido usados como ferramentas de tatuagem. A pesquisadora sugere que o homem era um praticante de rituais ou xamã.
Essa cirurgia de crânio não é a mais antiga em termos mundiais. Nesse caso, o detentor do título é um fóssil de 13 mil anos encontrado no norte da África.