Marcas em cavernas mostram qual 1º povo a usar o calendário lunar

Esta é a primeira forma usada pelo Homo sapiens para informar as estações do ano, passagem do tempo e ciclos de animais
Marcas em cavernas mostram qual 1º povo a usar o calendário lunar
Imagem: Cambridge Archaeological Journal/Reprodução

Uma equipe de pesquisadores britânicos decifrou marcas de cavernas feitas há milhares de anos que parecem ser o primeiro calendário lunar. Desde que foram descobertos, há mais de 150 anos, os desenhos permaneceram como um mistério: eram pontos (•) e riscos (Y e |) feitos sobre a figura de animais, sem ligação aparente.

Mas agora um grupo de cientistas independentes e filiados à Universidade de Durham e University College percebeu que os símbolos são, na verdade, uma forma de comunicação estabelecida por Homo sapiens caçadores que viveram durante a Era do Gelo na Europa. 

No estudo, publicado na revista científica Cambridge Archeological Journal, na quinta-feira (5), os pesquisadores demonstram que os riscos constituem números que denotam os meses do ano. Juntos, eles formam um calendário que começa na primavera e conta, a partir daí, todos os meses lunares. 

Os mesmos símbolos foram encontrados em pelo menos 400 cavernas na França (Lascaux e Chauvet) e Espanha (Altamira). Os caçadores associavam o calendário lunar aos animais a partir dos comportamentos sazonais das presas que viviam na região. 

Por exemplo, as marcas das paredes mostravam quando determinada espécie de animal acasalava ou dava luz a novos filhotes. A partir dessas informações, os caçadores conseguiam rastrear quais espécies seriam mortas com mais facilidade naquele período. 

Essa parece ser a primeira escrita conhecida na história humana, diz o estudo. “O artigo nos dá a primeira leitura específica da comunicação europeia no [período] Paleolítico Superior, a primeira escrita conhecida na história do Homo sapiens”, concluiu. 

Os pesquisadores continuam a pesquisa com marcas nas paredes de cavernas que ainda não foram decifradas. 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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