O “Ocean Census”, uma espécie de censo dos oceanos, quer identificar 100 mil espécies desconhecidas pelo mundo nos próximos 10 anos. Lançado no final de abril, a ideia é que cientistas tenham mais informações sobre o fundo do mar, a fim de preservar melhor o seu ecossistema.
A medida é importante porque, de acordo com o censo, só se conhece 10% da vida oceânica, atualmente.
O projeto é uma criação do Nekton, instituto de ciência marinha do Reino Unido, e da The Nippon Foundation, uma ONG japonesa, sediada em Oxford, na Inglaterra. A iniciativa se baseia em projetos como o The Challenger Expeditions (1872-1876), considerado o pontapé inicial da ciência marinha moderna.
Como funciona o censo dos oceanos?
Hoje, tecnologias que permitem captar imagens de alta resolução, sequenciamento de DNA e aprendizado de máquina permitem a descoberta da vida oceânica em maior velocidade e escala do que antes. Além disso, novas ferramentas, como escaneamento a laser subaquático, têm facilitado os estudos no oceano.
“O que estamos caminhando é para um lugar onde talvez possamos até fazer identificação taxonômica na coluna d’água, em vez de trazer tudo de volta para a terra. E isso é realmente empolgante e fará as coisas andarem muito mais rápido”, disse Jyotika Virmani, diretora-executiva do Schmidt Ocean Institute em Palo Alto, Califórnia, parte do projeto, à CNN.
Qual é seu objetivo?
O Ocean Census tem como missões explorar os oceanos em expedições para:
- coleta de espécies;
- acelerar a velocidade das descobertas;
- aumentar o interesse público e político em ações de proteção oceânica;
- aumentar a acessibilidade dos dados; e
- construir uma rede internacional de especialistas em biodiversidade.
Para alcançar esses objetivos, seus dados serão abertos para a ciência e o público para uso não comercial.
Os estudos acontecerão no laboratório móvel Ocean Census Toolkit e centros de biodiversidade, como o do Museu de História Natural da Universidade de Oxford. As expedições utilizam frotas filantrópicas, governamentais e comerciais.