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CEO da Pfizer alerta para necessidade da 4ª dose contra a Ômicron

Para Albert Bourla, três doses da vacina parecem suficientes para barrar a variante. Mas é preciso ficar de olho no vírus para mudar estratégias

Ômicron pode tornar quarta dose da Pfizer necessária

Imagem: Jesse Paul, Unsplash/Reprodução

Em entrevista ao programa de televisão americano Squawk Box, da CNBC, o CEO da Pfizer, Albert Bourla, disse que uma quarta dose da vacina pode ser necessária para combater a variante Ômicron. O programa foi ao ar na última quarta (08).

A variante Ômicron foi detectada pela primeira vez na África do Sul há cerca de duas semanas e, desde então, vem preocupando autoridades sanitárias do mundo todo.

Isso porque ela é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “variante de preocupação”, tendo uma série de mutações que poderiam torná-la mais transmissível e até mesmo permitir seu escape às vacinas.

Aumento de casos

Os casos de Covid-19 na África do Sul saltaram 255% na última semana, mas não foram vistas mudanças expressivas no número de mortes. Cientistas acreditam que a nova variante tenha culpa, mesmo que parcial, nesse aumento repentino.

Durante entrevista, o CEO da Pfizer usou uma metáfora para se referir ao imunizante da farmacêutica. De acordo com Bourla, a primeira dose da vacina constrói um pequeno muro para barrar o vírus. A segunda dose aumenta a altura desse muro, mas a Ômicron parece ser capaz de pular essa parede. A terceira dose leva o muro às alturas, sendo aparentemente suficiente para segurar a variante. 

Para países mais afetados

Mesmo assim, o CEO reconhece que uma quarta dose pode ser necessária, principalmente nos países mais afetados pela pandemia. Ele conta que já estava nos planos oferecer o reforço extra 12 meses após a terceira dose. Agora, esse intervalo de tempo pode mudar. 

Por enquanto, as três doses parecem suficientes, mas é necessário ficar de olho em estudos e também no comportamento do vírus no mundo real para entender a hora de agir. Sobre o adiantamento da terceira dose, principalmente para os adolescentes, Bourla explicou que fica a cargo das autoridades sanitárias de cada país.

“Acho que é mais uma questão do CDC, FDA ou autoridades de saúde destes países de avaliar a situação e determinar se eles precisam dar reforços antes de seis meses, com base nos dados que temos. Isso é o que o Reino Unido fez, alguns outros países europeus fizeram, e cabe novamente às autoridades decidir qual é a melhor política de saúde”, disse o CEO.

No Brasil, qualquer pessoa com mais de 18 anos que tenha recebido a segunda dose há cinco meses já pode tomar o reforço, de acordo com o Ministério da Saúde. O estado de São Paulo adota um intervalo de quatro meses.

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