Cepa indiana do coronavírus chega ao Brasil, a variante é mais transmissível
A cepa indiana (B.1.617.2) do coronavírus chegou ao Brasil. Os casos foram confirmados pela Secretaria de Saúde do Maranhão por meio de entrevista coletiva à imprensa. Até o momento, um paciente segue internado no hospital particular da capital maranhense.
Segundo reportagem do jornal O Globo, o governo estadual informou no domingo (17) que foi notificado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre os sintomas e a hospitalização do paciente.
O vírus estava na tripulação a bordo do navio Shandong da Zhi, que veio da África do Sul e foi fretado pela Vale para entregar minério de ferro em São Luís. A embarcação com 24 tripulantes não tem permissão para atracar e está isolada em alto mar, numa área de fundeio (regulamentada pela marinha), segundo o secretário de saúde Carlos Lula.
Ele também informa que os tripulantes fizeram o teste de genes pelo Instituto Evandro Chagas, todos testaram positivo. Além disso, 14 deles continuam com Covid-19, dois com sintomas leves e 12 sem sintomas.
A variante preocupa os órgãos de saúde, porque ela apresenta mutações genéticas que a torna mais transmissível. O seu local de origem, a Índia, tem vivido o pior momento da pandemia, desde o final de abril deste ano.
A cepa é classificada como ‘variante de atenção’ pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Reino Unido, que já se preparava para rever as medidas de restrição, sofreu um aumento nos casos de Covid-19 por conta da nova cepa, com transmissão em massa nas escolas, reuniões religiosas e lares para idosos. A OMS, no entanto, afirmou que as vacinas disponíveis e aprovadas são, até o momento, eficazes contra “todas as variantes do coronavírus”. A Anvisa já havia recomendado ao governo a suspensão de voos da Índia por conta da nova variante do coronavírus. O governo federal acatou o conselho.
Carlos Lula conta que teve contato com o secretário de Segurança Sanitária do Ministério da Saúde e o ministro Marcelo Queiroga na manhã desta quinta-feira (20). De acordo com ele, o Ministério enviará uma equipe para o Maranhão que atuará em conjunto com a Anvisa. Ele reforça que todas as medidas estão sendo tomadas e que o navio não tem permissão para atracar.
Além dos tripulantes, o secretário informou que as pessoas que tiveram contato com eles, aproximadamente cem, também testaram positivo e estão sendo monitoradas por profissionais da saúde. O único paciente que foi internado tem 54 anos e continua sendo monitorado. Ele apresentou sintomas da doença no dia 4 de maio, foi internado no sábado (15), no hospital de São Luís, e transferido de helicóptero para um hospital da rede privada.
(O Globo)