Na última semana, a China lançou com sucesso uma missão comercial do propulsor Ceres-1. O lançamento do foguete chamou a atenção porque ocorreu no meio do mar, a partir de um navio adaptado. A operação ficou à cargo do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, localizado no noroeste do país.
Na prática, a vantagem deste tipo de lançamento marítimo é que, por ser uma estrutura móvel, os foguetes podem decolar em diferentes locais dependendo das necessidades de cada missão. Isso ajuda a economizar em custos com combustível e transportar cargas mais pesadas ao espaço.
Nesta lançamento, o país asiático enviou um grupo de cinco satélites Tianqi 25-28 para o espaço. Eles fazem parte de uma constelação planejada de satélites de conectividade de dados da Internet das Coisas para a empresa Guodian Gaoke, com sede em Pequim.
De acordo com o centro de lançamento, esta foi a 12ª missão de voo da série de foguetes Ceres-1. Os satélites foram enviados para uma órbita baixa da Terra, com uma altitude de 850 quilômetros. Vale destacar que este é o segundo lançamento marítimo deste foguete comercial. Veja o vídeo do lançamento:
Este lançamento foi a 25ª missão orbital da China em 2024. O país está planejando cerca de 100 lançamentos em 2024, incluindo cerca de 30 missões comerciais.
Programa espacial chinês
Nos últimos anos, os chineses vêm desenvolvendo um promissor programa de exploração robótica no espaço e, especialmente, na Lua. Pequim investiu recursos em seu programa espacial na última década, visando reduzir a defasagem em relação às duas potências espaciais tradicionais: Estados Unidos e Rússia.
As principais iniciativas são por meio das missões Chang’e – nome da deusa chinesa da Lua. O programa teve início em 2004, e atingiu o seu primeiro grande feito em 2007, quando a Chang’e 1 entrou com sucesso em órbita lunar.
A missão Chang’e 3 conquistou marcos importantes desde então, como o primeiro pouso suave e o envio de um rover na superfície lunar, em 2013. Teve também uma sonda no lado oculto da Lua, em 2018, com a Chang’e 4.
Já em 2020, a sonda Chang’e 5 viajou até a Lua e retornou para a Terra com 1.731 gramas de amostras da superfície. Foi a partir do estudo dessas amostras que os chineses, por fim, anunciaram recentemente que descobriram um novo mineral na Lua.
Por fim, no último domingo (6), o módulo lunar chinês Chang’e-6 — lançado em maio — finalmente chegou no lado oculto da Lua. A ideia da China é retornar (pela primeira vez na história) com amostras do lado oculto da Lua para a Terra.