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CGI.br vê risco de apagão da internet no Brasil com usina de dessalinização no CE

Construção de usina de dessalinização no Ceará pode danificar cabos submarinos de internet e causar apagão em várias regiões do país

O setor de telecomunicações está preocupado com as obras de uma usina de dessalinização na Praia do Futuro em Fortaleza (CE). O motivo é o alto risco de dano a cabos submarinos de internet, o que pode comprometer a conexão de internet de vários países da América do Sul.

Agora, foi a vez do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) se juntar à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e operadoras de telefonia brasileiras na oposição ao projeto. O órgão divulgou uma nota pública expressando suas preocupações com o andamento das obras, previstas para começar dentro de algumas semanas.

Embora comece suas ponderações elogiando a iniciativa de garantir a “segurança hídrica” do Ceará, a entidade recomenda às autoridades do estado que realizem mais estudos para eliminar as probabilidade de risco à infraestrutura de telecomunicações da região. O CGI pede ainda que, caso seja necessário, considere-se a possibilidade de alterar o local de instalação da usina.

Fortaleza é o local de chegada de 17 sistemas de cabos submarinos e é um dos mais importantes hubs de telecomunicações do continente. Danos a essas estruturas subaquáticas, que são essenciais para várias áreas urbanas densamente habitadas, pode causar um apagão sem precedentes no Brasil e em algumas outras partes da América do Sul.

Anatel já se manifestou de contrária ao início das obras

No fim do ano passado, a Anatel se manifestou de forma bastante contundente contrária à construção da usina na região. A Agência considerou o projeto “imprudente” e reiterou que existem outras localidades para a instalação do complexo de dessalinização.

As obras têm previsão para iniciarem em março deste ano, por isso, o momento é considerado crítico para que seja realizada a reavaliação dos riscos. A previsão é que a construção, se for mesmo iniciada na Praia do Futuro e comece no prazo estabelecido, esteja concluída até no máximo junho de 2026. O governo local estima que a oferta de água na região pode aumentar em até 12%.

Em sua manifestação, a Anatel ressaltou que os cabos já estão presentes na região há mais de 25 anos, desde a privatização do setor de telecomunicações no país. A agência demonstrou preocupação com a complexidade da manutenção das estruturas em casos de avarias ou rompimentos, além da possibilidade de instalação de mais cabos conforme a demanda por internet aumenta no país.

 

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