Chatbot “puxa a orelha” e sugere nova palavra para termos capacitistas

Chatbot alerta para termos capacitistas no WhatsApp; lista inclui mais de 30 expressões, como "fingir demência", "que mancada" e "surdo mudo"
Chatbot "puxa a orelha" e sugere nova palavra para termos capacitistas
Imagem: Tim Mossholder/Unsplash/Reprodução

Se você digitar termos como “fingir demência” ou “que mancada” no chatbot ConverGente você provavelmente vai receber um puxãozinho de orelha. Isso porque o bot alerta usuários sobre vocabulários capacitistas – ou seja, que discriminam pessoas por suas deficiências. 

O bot funciona no WhatsApp e foi desenvolvido pela empresa Take Blip em parceria com a Meta, a empresa-mãe do Facebook e Instagram, para ensinar e estimular empresas e pessoas a acabarem com discursos discriminatórios. 

Ao iniciar a conversa, o chatbot dá duas opções: ensinar o que é capacitismo e sugerir termos que podem substituir até 30 expressões capacitistas. No caso do “fingir demência”, por exemplo, o bot sugere trocar para “fingir que não entendeu, se fazer de desentendido”. 

Um estudo realizado em junho pelo Movimento Web para Todos identificou que menos de 1% dos sites brasileiros passam nos testes de acessibilidade. A organização avaliou 21 milhões de sites ativos no país. Desses, só 0,46% oferecem acessibilidade adequada. 

Enquanto isso, o Brasil tem 17,3 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, segundo a Pesquisa Nacional da Saúde, lançada em 2019 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

O bot foi lançado na segunda edição da Feira da Acessibilidade, realizada pela Meta. O evento reuniu mais de 80 profissionais de empresas do país para debater tecnologia a favor da acessibilidade. 

Veja outras expressões capacitistas e como substituí-las 

  • “Surdo mudo”: prefira “pessoa surda” ou “com deficiência auditiva”. Outra forma adequada é usar somente o termo “surdo”
  • “A desculpa do cego é a bengala”: prefira “não fuja de suas responsabilidades” 
  • “Mais perdido que cego em tiroteio”: prefira “não sei o que fazer” 
  • “Que mancada”: prefira “você só faz besteira” 
  • “Não temos braço para isso”: prefira “não temos condições” ou “não há possibilidade” 
  • “Autista”: prefira “pessoa com autismo” 
  • “Vítima de paralisia cerebral”: prefira “pessoa com paralisia cerebral” 

Como acessar

Para falar com o chatbot ConverGente e saber mais sobre termos capacitistas, basta clicar neste link ou salvar o número +55 (31) 99830-2751 e iniciar uma conversa no WhatsApp.

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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