ChatGPT vira dor de cabeça para o meio universitário por casos de plágio

Trabalhos acadêmicos feitos com o ChatGPT fazem instituições de ensino e pesquisa começarem a impor limites para a tecnologia
ChatGPT vira dor de cabeça para o meio universitário por casos de plágio
Imagem: The Focal Project/Flickr/Reprodução

Desde o lançamento do ChatGPT, em novembro, professores do mundo todo enfrentam um novo desafio: lidar com os trabalhos acadêmicos produzidos por IA (inteligência artificial).

Apesar de ainda não ser 100% precisa, a ferramenta tornou a tarefa de combater plágio e cópia bem mais complexa. Isso porque, agora, está muito mais difícil estabelecer os limites do que foi, de fato, escrito ou criado pelos estudantes — e o que veio de robôs capazes de gerar um lero-lero como (quase) ninguém. 

A cidade de Nova York, nos EUA, proibiu o uso do ChatGPT em dispositivos e redes escolares. O mesmo aconteceu na Sciences Po (Instituto de Estudos Políticos de Paris), uma das mais renomadas instituições da França. 

Até a revista científica Nature criou uma série de regras para impedir que autores usem a plataforma para escrever os artigos enviados ao periódico. A ideia é evitar a queda da qualidade nas pesquisas, disse a organização. 

Em 2001, quando a Wikipédia veio ao mundo, as universidades de todo o mundo também tinham dúvidas sobre como identificar trabalhos autênticos das cópias que vinham dessa plataforma. 

Apesar do aumento da complexidade sobre plágio, a introdução do ChatGPT pode seguir um caminho parecido no futuro. É possível que os alunos que usam textos gerados pelo ChatGPT sejam vistos como aqueles que copiam e colam pedaços de textos que encontram na Wikipédia sem creditar o autor. Mas até isso acontecer, as instituições de ensino podem precisar atualizar suas regras. 

Entenda o ChatGPT 

Outro ponto sobre plágio do ChatGPT é que a própria OpenAI, que desenvolveu o software, usou milhões de textos disponíveis online para alimentar o aprendizado de máquina do sistema.

Assim, o modelo de linguagem ultra responsivo consegue produzir suas respostas a partir da previsão de texto. Isso significa que pode emitir informações falsas e ilógicas, mas que parecem “verdadeiras” por causa dos efeitos de credibilidade transmitidos no texto.

Por esse mesmo motivo, a adesão ao ChatGPT é alvo de discordâncias em outras esferas, como na área de direitos autorais, e não só nas salas de aula. 

Para acessar o ChatGPT, basta acessar o site da OpenAI e digitar um comando, ou prompt. Em seguida, a “conversa” começa com todas as informações solicitadas pelo usuário. Acesse aqui. Com responsabilidade, é claro.

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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