Como chaves presenciais de carro causaram 28 mortes nos EUA nos últimos anos

O perigo às vezes vem realmente de onde a gente menos espera. Uma reportagem do New York Times revelou que, de pouco mais de uma década para cá, dezenas de pessoas foram vítimas de um perigo pouco imaginado quando falamos de chaves presenciais de carro: a intoxicação acidental. • Dubai testará placas veiculares inteligentes cheias de […]

O perigo às vezes vem realmente de onde a gente menos espera. Uma reportagem do New York Times revelou que, de pouco mais de uma década para cá, dezenas de pessoas foram vítimas de um perigo pouco imaginado quando falamos de chaves presenciais de carro: a intoxicação acidental.

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A matéria mostra que, desde 2006, 28 pessoas morreram e pelo menos 45 ficaram feridas por confusão com as chaves presenciais — método keyless para acionar o carro que não exige colocá-la na ignição; basta que a chave esteja no bolso para acionar o veículo. Sem saber, elas deixavam seu carro funcionando na garagem, enchendo a casa de monóxido de carbono e, consequentemente, morrendo por intoxicação.

Em 2011, a Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE, na sigla em inglês) emitiu um alerta sobre o problema, pedindo que as fabricantes introduzissem sinais visuais ou audíveis claros do lado de fora dos carros para indicar quando eles estivessem ligados, com as portas fechadas e sem as chaves dentro dos veículos.

Acredita-se também que a maneira silenciosa como muitos dos carros mais modernos rodam possa ter sido um outro fator nessa conta, dificultando que os donos dos carros identificassem que os veículos estavam ligados.

A GM foi uma das fabricantes que ouviu o aviso, instalando um sistema de desligamento automático depois de um recall em 2015, e a Ford tem um sistema parecido que desliga após 30 minutos sem ninguém dentro do veículo. O mesmo não pode ser dito sobre a Toyota.

O New York Times revela que, por algum motivo, os carros da Toyota (e alguns Lexus) foram responsáveis por metade dos incidentes de lesão ou fatais relacionados à equação de chaves presenciais e monóxido de carbono. É bom apontar que as vítimas tendiam a ser um pouco idosas e que os donos de Lexus geralmente são mais velhos, então pode haver uma relação entre esses dois fatores.

O Jalopnik aponta que esse tipo de problema é tão comum entre motoristas mais velhos que áreas com populações mais envelhecidas, como o condado de Palm Beach, na Flórida, tiveram um pico em incidentes relacionados a monóxido de carbono.

Uma coisa é você nascer em uma sociedade tecnologicamente avançada e estar pronto para esse tipo de inovação. Outra completamente diferente é trazer consigo décadas de direção com carros tradicionais e se deparar com algo com que nunca teve de se preocupar. “Depois de 75 anos dirigindo, meu pai achava que quando ele levasse a chave com ele ao sair do carro, o carro estaria desligado”, diz Doug Schaub, filho de Fred Schaub, morto pela intoxicação causada pelo monóxido de carbono liberado pelo escapamento de seu Toyota RAV4.

A reportagem do New York Times, documentando mais de uma década de incidentes fatais relacionados às chaves presenciais traz urgência à criação de leis mais rigorosas no controle e na exigência desses veículos e dos sinais visuais e audíveis necessários para evitar mais mortes como o do senhor Schaub.

[Jalopnik, The New York Times]

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