Em mais um capítulo da briga Estados Unidos x China, o governo chinês bloqueou o acesso ao ChatGPT, da OpenAI. Órgãos reguladores do país alegam que as respostas do sistema de IA reproduzem “propaganda política” dos Estados Unidos e desinformação.
Como destacou o jornal britânico The Guardian, a mídia estatal chinesa tem feito uma campanha nos últimos dias para expor os “malefícios” do chatbot. Entre eles estaria uma suposta propaganda dos EUA em relação aos fatos ocorridos na região de Xinjiang.
O China Daily, por exemplo, afirmou em um artigo que em perguntas feitas com referências ao local, eram retornadas respostas classificadas por eles como “propaganda política”, já que a ferramenta frequentemente citava o genócidio dos uigures-turcos, uma minoria muçulmana que reside na região.
No ano passado, um relatório da ONU concluiu que o governo chinês cometeu uma série de violações de direitos humanos contra a minoria. Em reação após a divulgação do documento, o governo americano acusou a China de genocídio, o que aumentou ainda mais as tensões entre os dois países.
O TikTok também protagonizou uma polêmica envolvendo o assunto. A ByteDance, empresa que controla a plataforma, deletou conteúdos relacionados aos uigures. Denúncias de 2019 afirmam que os funcionários foram orientados a remover este e outros assuntos que desagradavam o governo chinês.
Sem acesso ao ChatGPT, o mais badalado do planeta, a indústria da tecnologia da China busca desenvolver soluções domésticas com o nível de qualidade do ChatBot da OpenAI. Os esforços do país com inteligência artificial generativa não são de hoje, algumas empresas já lançaram plataformas interessantes como um geradores de imagens baseadas em descrições de texto.
No entanto, no caso de chatbots, ainda não foi possível atingir um nível próximo do apresentado pelo americano. O Plato, da Baidu, batizado em referência ao filósofo grego Platão, ficou famoso por algumas respostas incorretas, incluindo assuntos básicos como o resultado da operação “3+5”, que segundo o chatbot é “5”. É desinteligência artificial que fala?