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China afirma que deixará de financiar energia a carvão no exterior

Em discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas, presidente chinês afirmou encerrara financiamentos de usinas a carvão em países estrangeiros, mas sem detalhes de quando isso irá acontecer.

Durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, que aconteceu nesta terça-feira (21), o presidente chinês Xi Jinping disse que o país deixará de financiar projetos de carvão no exterior — um grande movimento que tiraria a maior fonte remanescente de apoio para uma nova energia a carvão.

“A China aumentará o apoio a outros países em desenvolvimento no desenvolvimento de energia verde e de baixo carbono, e não construirá novos projetos de energia movidos a carvão no exterior”, disse Xi durante sua declaração pré-gravada transmitida para a assembleia na sede da ONU.

Em seus comentários, Xi não deu um prazo de quando o país eliminaria o apoio. A rapidez com que a China encerrará o financiamento do carvão será crucial para o mundo cumprir seus objetivos climáticos.

Mas o anúncio pode significar o fim de uma das maiores fontes de vida financeiras restantes para projetos de carvão.

Atualmente, a China é a maior força por trás de mais da metade dos projetos de carvão propostos no mundo que estão neste momento, em fase de pré-construção — cerca de 163 gigawatts de energia total em projetos, com 40 gigawatts deles, no exterior.

É um número grande, mas é significativamente menor do que costumava ser: a China cancelou 74% de seu carvão desde 2015, quando o acordo de Paris foi assinado, retirando o apoio para 484 gigawatts de energia a carvão nos últimos seis anos.

Ainda assim, em 2019, a China apoiava o desenvolvimento de mais de 300 usinas de carvão em países como Turquia, Vietnã, Indonésia, Bangladesh, Egito e Filipinas. À medida que o futuro econômico do carvão fica cada vez mais sombrio, esses países podem sentir o gosto de um mau investimento ao pagarem os empréstimos que tiveram da China.

O Acordo de Paris não inclui nenhum tipo de regulamentação ou supervisão de investimentos nacionais em projetos de combustíveis fósseis em outros lugares.

Mas a pressão internacional tem aumentado sobre a China para encerrar o financiamento de projetos de carvão sujo. Tanto a Coreia do Sul quanto o Japão, o segundo e o terceiro maiores financiadores, também prometeram encerrar o financiamento do carvão no início deste ano.

No entanto, seus compromissos financeiros com o carvão são superados pelos da China, o que torna o novo anúncio um negócio potencialmente maior.

Entre os países do G20, a China defendeu o financiamento do carvão. Mas algumas mudanças  podem pressionar outros países obstinados, como a Rússia e a Índia, a repensar seus investimentos.

Embora o anúncio seja uma boa notícia em termos de desenvolvimento internacional, a China também é o maior mercado de carvão do mundo, com metade das usinas a carvão do mundo que ainda estão em operação.

O país gera 70% de sua eletricidade a partir do carvão. Essas usinas impedem o país de fazer um progresso significativo em suas promessas climáticas.

No ano passado, mesmo com a China enfrentando um recorde de poluição do ar principalmente por usinas movidas a carvão e prometendo estar cortando as emissões, o país bateu um recorde de 38,4 gigawatts de novas usinas a carvão — mais de três vezes a quantidade de energia comissionada no resto do mundo.

Apesar de o anúncio de Xi ser histórico, resta saber com que rapidez a China eliminará o apoio a projetos internacionais — e se também eliminará a bagunça do carvão em casa.

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