China exige retirada de PCs estrangeiros de repartições do governo
Autoridades da China determinaram: funcionários de agências governamentais centrais e corporações estatais deixem de utilizar computadores pessoais fabricados por marcas estrangeiras. Estima-se que cerca de 50 milhões de computadores deverão ser substituídos.
Segundo apontou o Bloomberg, a medida faz parte de uma campanha que busca diminuir a dependência tecnológica da China daqueles países considerados rivais geopolíticos, como os Estados Unidos, por exemplo. Essa vulnerabilidade ficou mais evidente depois que os EUA impuseram sanções a empresas de tecnologia chinesas, como a Huawei.
A ideia é que organizações estatais usem apenas PCs fabricados na China, incluindo sistemas operacionais desenvolvidos no país. Posteriormente, a campanha deve ser estendida para governos de pequenas províncias chinesas.
Lenovo será beneficiada na China
A substituição de PCs deve impactar diretamente as vendas de produtos das marcas como HP e Dell, que perdiam em participação no mercado local apenas para a chinesa Lenovo. Porém, vale lembrar que a Lenovo ainda é dependente de chips americanos.
Desde o ano passado, uma organização secreta do país tem examinado e priorizado fornecedores locais em áreas sensíveis, que vão desde computação em nuvem a semicondutores. A Lenovo, por exemplo, montou uma unidade própria de fabricação de chips e tem investido em pelo menos 15 empresas de design de semicondutores.
Segundo fontes, as organizações chinesas têm dois anos para substituir os equipamentos estrangeiros. O movimento marca um dos esforços mais agressivos de Pequim para erradicar tecnologias desenvolvidas fora da China e que são utilizados em instituições sensíveis do país.