A China está desenvolvendo novos sistemas automatizados para monitorar o lixo espacial ao redor da Terra. O objetivo é usar a IA (Inteligência Artificial) para aumentar a segurança de missões espaciais, ajudando naves a desviar de detritos e evitar colisões em órbita.
O projeto está sendo desenvolvido pelo Laboratório Estatal de Dinâmica Astronáutica (ADL), vinculado ao Centro de Controle de Satélites de Xi’an, localizado no noroeste da China. Ele foi batizado com o (longo) nome “modelagem inteligente do complexo princípio evolutivo de ambientes complexos para detritos espaciais e monitoramento autônomo”.
A ideia é seguir o mesmo exemplo da ESA (Agência Espacial Europeia), que vem há alguns anos treinando IAs para gerenciar o lixo espacial. No caso dos europeus, a agência criou uma grande base de dados com eventos históricos de colisões, e pediu a ajuda de desenvolvedores ao redor do mundo para criar um sistema que eventualmente evitasse de forma autônoma esses detritos.
Atualmente, centenas de milhões de pedaços de antigos foguetes e satélites estão em órbita do planeta, de vários tamanhos. Estima-se que 36 mil detritos têm pelo menos 10 centímetros de largura, mais de um milhão tenha entre 1 e 10 centímetros, e centenas de milhões possuam um pouco mais de 1 milímetro de tamanho.
Segundo os pesquisadores chineses, esses detritos são o resultado de mais de 640 eventos, incluindo explosões, desintegrações e colisões, ocorridos ao longo dos últimos 65 anos de exploração espacial.
Como esses objetos estão viajando em velocidades extremamente altas, qualquer colisão (mesmo que pequena) pode causar danos graves a uma nave – o que também geraria mais detritos no espaço. Mesmo usando computação rápida, é extremamente difícil prever a velocidade, direção e poder de fragmentação desses objetos.
Além disso, é esperado que o problema do lixo espacial piore nos próximos anos, conforme aumenta o congestionamento de espaçonaves e satélites em órbita, tanto de agências espaciais quanto de empresas privadas.