Ciência

Chore para recarregar: cientistas criam bateria movida a lágrimas

Tecnologia usa as próprias lágrimas para evitar a necessidade de carregamento externo das baterias de lentes de contato inteligentes
Imagem: Freepik/Reprodução

Chorões de carteirinha, esse momento é de vocês: cientistas criaram um protótipo de uma bateria recarregável por lágrimas humanas. Segundo os pesquisadores de Cingapura, a bateria seria usada em lentes de contato inteligentes.

Essas lentes têm a capacidade de exibir notificações e processar dados sem depender de dispositivos externos, como óculos ou telas, mas precisam de uma fonte de energia. O artigo que descreve a ideia foi publicado na revista Nano Energy.

“Este estudo começou com uma pergunta simples. Seria possível recarregar as baterias das lentes de contato com nossas próprias lágrimas?”, disse em um comunicado Lee Seok Woo, professor da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU) em Cingapura, que liderou o estudo.

Os cientistas construíram a bateria da lente usando materiais biocompatíveis e aplicaram um revestimento à base de glicose. Assim, a bateria é capaz de reagir com íons de sódio e cloreto, gerando energia para alimentar um circuito.

É importante destacar que esses componentes estão naturalmente encontrados nas lágrimas, o que possibilita a recarga da bateria através dos recursos intrínsecos do corpo humano.

Materiais biocompatíveis

Essa nova abordagem energética evita a necessidade de carregamento externo, explica Woo. “A bateria depende exclusivamente de glicose e água para a geração de energia. Ambas seguras para os seres humanos e menos prejudiciais ao ambiente quando descartadas, em comparação com as baterias convencionais”.

Tecnologia pode ser usada em lentes de contato inteligentes. Imagem: Pixabay/Reprodução

Assim, em um experimento com um olho simulado, a bateria gerou uma corrente de 45 microamperes (mA) e uma potência máxima de 201 microwatts (mW) – suficiente para sustentar a funcionalidade de uma lente de contato inteligente, relataram os cientistas.

Apesar da empolgante inovação, é importante lembrar que essa tecnologia ainda não está pronta para o mercado. Enquanto isso, a equipe está trabalhando em colaboração com empresas especializadas em lentes de contato para eventualmente tornar essa tecnologia comercialmente disponível.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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