Chromecast, do Google, pode desembarcar no Brasil por R$ 199
Lançado em julho, o Chromecast trazia a promessa de uma revolução para a sala de estar: um dispositivo pequeno, barato e simples que uniria a experiência entre diferentes telas – TV, smartphone e tablet. Ele enfim chegará oficialmente ao Brasil… mas não será barato.
Em entrevista à Exame, Mario Queiroz – vice-presidente de produtos do Google – diz que o Chromecast chega no final de maio “por estimados 199 reais”. Mas há uma chance de que o preço real seja menor.
É que, em alguns casos, empresas de tecnologia divulgam um preço estimado para um novo produto/serviço a fim de testar a reação do público. Se o preço for considerado alto, a empresa resolve baixá-lo no lançamento; senão, basta mantê-lo. O Google poderia estar seguindo os passos dessas empresas, tentando ver se R$ 199 é um preço aceitável – ou se merece ser reduzido.
Jogando verde
Um exemplo recente vem da Amazon. Em janeiro, ao divulgar seu resultado financeiro, a empresa disse que planejava aumentar o preço do serviço Prime – que oferece frete grátis e streaming de filmes e séries – para até US$ 119. Aí foi só esperar e ver a reação do público, que foi negativa. Pesquisas mostraram que o Prime perderia 76% dos clientes se a assinatura fosse para US$ 119, então ela subiu para “apenas” US$ 99.
O Netflix também faz algo semelhante, prometendo “fazer um aumento de US$ 1 ou US$ 2” na assinatura durante os próximos meses. Aqui no Brasil, a reação foi em geral positiva, e as pessoas estão dispostas a pagar mais – por isso, o aumento é quase certo.
A estratégia não é nova. Em 2012, antes de lançar o Galaxy Beam no Brasil, a Samsung “jogou verde” e disse que o smartphone com projetor custaria até R$ 1.700. A reação foi pequena, porém negativa. Alguns meses depois, ele chegou ao país por “apenas” R$ 999.
Vale a pena por R$ 199?
Talvez você já tenha esquecido, mas por um breve período de tempo, o Chromecast esteve disponível para os brasileiros por cerca de R$ 199. Em outubro, a Amazon passou a vendê-lo ao Brasil: isso durou só algumas horas, mas nos ajuda a entender o preço do Chromecast por aqui.
O dispositivo do Google custa US$ 35 nos EUA. O frete da Amazon saía por US$ 8. Somando os dois valores, aplicam-se os impostos – importação, ICMS, IOF – e no total, são cerca de US$ 90. Ou seja, basicamente os mesmos R$ 199 que o Google está cobrando.
O valor final da imagem acima não considera o IOF; adicionando a alíquota de 6,38%, chegamos ao valor de quase US$ 90
Mas o Google realmente paga tanto frete por cada Chromecast importado, por exemplo? Acho que não. Suponha que eles paguem “apenas” 100% de imposto: sendo assim, cada dongle custaria uns US$ 70, ou R$ 155. (Mario Queiroz diz na entrevista que “de início a produção é fora”, e no futuro ele poderia ser fabricado no Brasil.) Então talvez haja alguma margem para o preço do Chromecast ser menor no Brasil.
Ainda assim, valeria a pena? Bem, ele permite espelhar conteúdo do Netflix, YouTube, Play Store e Chrome na sua TV. Com o AllCast, é possível fazer streaming de vídeos do seu computador para a TV – quase como um AirPlay. E dado que há um SDK para desenvolvedores, mais apps compatíveis com o Chromecast devem surgir no futuro.
Se você gosta da ideia de jogar conteúdo do smartphone/tablet para a TV sem mesmo precisar de uma SmartTV – e tem um Wi-Fi decente em casa – talvez o Chromecast valha a pena. Resta ver qual será de fato seu preço no Brasil. Saiba mais sobre o Chromecast aqui. [Exame]