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Chuva em janeiro… chuva em fevereiro: por que não sai sol neste verão?

Dados do Inmet apontam nova frente fria, o que aumenta as chances de chuva forte e temporais de verão - especial no sul e sudeste

Chuva em janeiro... Chuva em fevereiro: por que não sai sol neste verão?

Imagem: Fernando Stankuns/Flickr/Reprodução

Fevereiro não deve ser diferente do que foi o último mês de janeiro — pelo menos, em termos meteorológicos. O verão continuará com chuva em boa parte do Brasil, e o motivo é simples: o país combina elevados índices de umidade com altas temperaturas. 

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), esse panorama continua no segundo mês do ano, com mais intensidade na região centro-sul. E as chances de sair sol são ainda menores – vem uma frente fria por aí, o que aumenta a instabilidade no sul e sudeste. 

A previsão é de uma série de chuvas fortes e temporais em diferentes regiões do estado de São Paulo. Isso inclui a capital, que registrou média de 23ºC nos primeiros 10 dias de 2023 – a mais baixa em 58 anos. A média histórica para essa época do ano era de 27,9ºC. 

Em 2023, o fenômeno tem relação com uma ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul), que resulta do encontro de ventos úmidos e mais frios vindos do oceano Atlântico com os ventos que descem da bacia amazônica. 

Evento comum

Esse é um evento comum para a época do ano, exceto pelo fato de que está durando mais que o esperado. Em épocas normais, a queda nas temperaturas duraria entre quatro e 10 dias. Desta vez, o que influencia a intensidade é o fenômeno La Niña

“Este sistema foi potencializado por águas costeiras mais frias que o normal para a época do ano e por áreas de baixa pressão, ajudando a promover dias seguidos de tempo nublado a encoberto, volumes expressivos de chuva e temperaturas abaixo da média”, diz nota do Inmet.

Desde sábado (28), a ZCAS perdeu força, o que abre espaço para mais temporais no final da tarde e início da noite.

Isso acontece porque nuvens de grande desenvolvimento vertical se formam por causa do aquecimento da atmosfera, movimento conhecido como convectivo. Ele se forma a partir de nuvens do tipo torre cumulus e cumulonimbus – as responsáveis pelos temporais localizados. 

O clima no resto do país 

Enquanto isso, as regiões centro nordeste devem vivenciar uma mudança temporária na circulação atmosférica. Começa, então, a fase seca da chamada Oscilação de Madden-Julian, o principal ator da variação climática tropical. 

Isso vai favorecer o escoamento de ar mais quente e úmido para o sul, enquanto o clima fica mais seco do centro para onorte do país. No nordeste, por exemplo, a previsão é de 30 milímetros de chuva no começo de fevereiro. 

Isso não quer dizer que o verão não terá mais chuva por lá: o acumulado pode passar os 70 milímetros em grande parte das regiões norte e centro-oeste, além dos estados Maranhão e Piauí. Em regiões do Acre, Amazonas, Amapá e Mato Grosso do Sul, o volume de chuva pode ultrapassar os 100 mm. 

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