Temporada de chuvas: estudo diz que mudança climática vai piorar situação
Na manhã desta terça-feira (13), uma forte chuva atingiu São Paulo (SP), colocando a cidade em estado de atenção para alagamentos, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da prefeitura. O temporal derrubou árvores na Zona Sul e uma queda de energia paralisou a operação da Linha 4-Amarela do Metrô por mais de uma hora.
Um estudo da Universidade de Chicago publicado nesta semana reforça a ideia de que o Hemisfério Sul está tendo mais tempestades, como é possível observar no Brasil. Na capital paulista, em sete dias, choveu metade do volume esperado para o mês.
A pesquisa buscou entender porquê a região austral do globo é mais propensa a temporais, independentemente do aquecimento global. Com o auxílio de indicadores climáticos e simulações de computador, os cientistas concluíram que a configuração do relevo da região é o principal fator a influenciar as diferenças. Além disso, o posicionamento dos Andes e de outras cadeias montanhosas altera o fluxo de ar no planeta, prejudicando o Hemisfério Sul.
A projeção dos estudiosos, a partir de modelos matemáticos, é de que o Hemisfério Sul irá enfrentar ainda mais tempestades. “No Hemisfério Norte, as mudanças na ocorrência de tempestades são abafadas por causa de um ‘cabo de guerra’ entre as mudanças climáticas tropical e polar”, explicam os cientistas.
Segundo os profissionais, as mudanças de radiação solar passando pelo topo da atmosfera que ocorrem pela perda de gelo e neve perto dos polos têm efeitos distintos nos dois hemisférios. No Norte, a interação entre esses fatores inibe a formação de tempestades. Já no Sul, há uma intensificação.
No estudo da climatóloga Tiffany Shaw, um dos fatores de maior influência na frequência de tempestades nos trópicos é o aquecimento das águas do Oceano Austral, grande massa de água que rodeia a Antártida.
Enquanto no Polo Sul há uma massa de terra cercada de água (a Antártida), no Polo Norte á uma massa de água cercada de terra (o Oceano Ártico). Esse fator influencia muito a dinâmica do clima. Sendo o Brasil o maior país do Hemisfério Sul em extensão territorial, ele está entre os que devem sentir as mudanças com mais intensidade.