Partes do deserto do Saara estão mais verdes devido às chuvas incomuns que afetaram o Norte da África neste mês. Imagens de satélite da NASA revelaram essa transformação, evidenciando o impacto das mudanças climáticas em regiões que são tradicionalmente secas, como o Norte da África.
Neste mês, a região teve cinco vezes mais chuva que a média histórica. Além disso, enchentes afetaram mais de 4 milhões de pessoas em 14 países, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas).
Por que o Saara está mais verde?
Segundo especialistas, o Saara ficou verde devido ao deslocamento da ZCIT (Zona de Convergência Intertropical), uma região próxima à linha do Equador, onde ventos dos dois hemisférios da Terra se encontram.
Cientistas ainda não sabem o motivo por trás do deslocamento da ZCIT para o norte, mas sugerem que o aumento das temperaturas no Atlântico Norte podem explicar o fenômeno.
Além disso, essa mudança tem a ver com o aquecimento global atingindo o Hemisfério Norte, que possui mais porção de terra “fazendo com que a ZCIT se mova para o norte”.
Os satélites da NASA detectaram a densidade da vegetação no Saara, mostrando áreas mais verdes nos 15 primeiros dias de setembro.
As imagens mostram que o aumento da parte verde no Saara ocorreu na região do deserto que passa pela Mauritânia, Nigéria, Sudão e Chade. Outros países do norte e centro da África também apresentaram a mudança.
Por outro lado, países ao sul do deserto, como Gana e Camarões, tiveram a maior queda de áreas verdes no Saara em comparação ao ano passado.
A NASA documentou essa mudança abrupta no cenário do deserto após um ciclone extratropical atingir o noroeste do Saara. O ciclone, que ocorreu nos dias 7 e 8 de setembro, inundou áreas do Marrocos e da Argélia, formando pequenos lagos nos países.
Segundo a NASA, o volume de chuva, além de tornar o Saara mais verde, superou a expectativa anual para o deserto. O documento destaca, ainda mais, os impactos das mudanças climáticas.