Ciência

Chuva no Saara será 500% maior que o normal e alerta especialistas em clima

Anomalia climática: deserto do Saara terá evento raro de chuva intensa este ano
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

Nas próximas duas semanas, grande parte deserto do Saara, no norte da África, irá enfrentar chuvas de mais de 500% da precipitação mensal normal nos meses de agosto e setembro. O ocorrido é considerado uma anomalia, visto que os eventos de chuva intensa por lá são raros.

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Com pouca ou nenhuma precipitação anual – de menos de 25 mm em mais da metade do deserto –, a média mensal de chuva no Saara para agosto é praticamente nula, com pouca quantidade mais ao sul.

Nos últimos 53 anos, apenas 4 deles tiveram uma anomalia como essa – ou seja, em média uma por década. Já em setembro, apenas um evento forte ocorreu nesse período (em 1994).

Por que vai chover no Saara este ano?

A mudança no fim do verão no Saara é um efeito da ação da Zona de Convergência Intertropical. O forte cinturão tropical é uma faixa de nuvens, chuvas e tempestades que se espalha pelo Equador. Isso acontece porque os ventos alísios de ambos os hemisférios se encontram, criando um movimento ascendente, gerando nuvens e chuva.

A ZICT afeta o clima e o tempo em países tropicais, além de desempenhar um papel importante no sistema climático global, podendo impactar na formação de tempestades. Mas, desde junho, ela ​​tem se deslocado muito mais para o norte do que o normal. Como resultado, pode mudar os padrões climáticos sobre a região, trazendo eventos raros de chuva para o interior do deserto do Saara.

Deserto do Saara já foi uma região verde

O lugar mais seco da Terra, o Deserto do Saara é o maior e mais quente deserto do mundo, com mais de 9,2 milhões de km². O local é quente e seco porque está sob a crista subtropical, um sistema permanente de alta pressão. Ela faz com que o ar desça, prevenindo a formação de nuvens e precipitação.

Mas isso nem sempre foi assim. Há milhares de anos, o Saara era uma região verde com lagos, rios e vegetação exuberante. Mas, mudanças na órbita da Terra, e consequentemente nos padrões climáticos, o transformaram em uma das terras mais secas da Terra.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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