CIA apoia empresa que pretende ressuscitar mamutes extintos

O serviço de inteligência dos EUA decidiu investir na Colossal Biosciences; entenda o plano da empresa que pretende recuperar determinadas espécies
CIA apoia empresa que pretende ressuscitar mamutes extintos
Imagem: Thomas Quine/Wikimedia Commons/Reprodução

A CIA, serviço de inteligência dos EUA, está investindo na empresa Colossal Biosciences, com sede no Texas, que tem como objetivo ressuscitar geneticamente mamutes lanosos e o tigres-da-Tasmânia. O negócio foi fechado com apoio da In-Q-Tel, uma empresa de investimento de capital de risco financiada pela agência americana.

A Colossal Biosciences pretende trazer as espécies de volta à Terra utilizando uma ferramenta de edição de DNA conhecida como CRISPR. Pense no DNA como uma grande linha composta por 3 bilhões de moléculas: o que os cientistas pretendem fazer é cortar alguns desses conjuntos de átomos e substituir por outros, criando uma colcha de retalhos. 

O mamute lanoso, por exemplo, não será o mesmo animal que habitava o planeta há 10 mil anos. Na verdade, a equipe pretende inserir características resistentes ao frio nas sequências de DNA dos elefantes modernos, tornando-os geneticamente semelhantes à espécie ancestral. 

Além do mamute, o grupo pretende recuperar o tilacino, chamado também de tigre ou lobo-da-tasmânia. O animal era um grande marsupial que foi considerado extinto na década de 1980. Você pode saber mais sobre sua história neste texto do Giz Brasil.

Mas o que leva a CIA a querer investir nesse tipo de tecnologia? Os animais é que não são. O foco real do serviço de inteligência é a engenharia genética aplicada para tais fins. O presidente americano Joe Biden assinou em setembro deste ano uma ordem executiva que visava “avançar a biotecnologia” em direção a soluções inovadoras em saúde, mudanças climáticas e segurança econômica. 

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Quanto a recuperação dos animais em si, há quem pense que os investimentos não valem de nada. Críticos defendem que, embora seja possível reviver um mamute saudável, o habitat que a espécie ocupava já não existe mais, o que pode impedi-la de prosperar.

Por conta disso, cientistas céticos argumentam que o dinheiro gasto em projetos como esse deveria ser revertido para a conservação de animais vivos. De acordo com a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), há mais de 26,5 mil espécies ameaçadas de extinção ao redor do globo.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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