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A solução da CIA para matar menos civis é um míssil de facas

A CIA e as forças armadas dos EUA têm usado um novo tipo de míssil durante ataques com drones nos últimos anos, de acordo com uma matéria do Wall Street Journal. O que torna este novo míssil único? Ele não explode e, em vez disso, utiliza lâminas afiadas, atingindo os alvos “como uma bigorna em […]

Trabalhadores carregam um míssil Hellfire em um veículo aéreo não tripulado Predator MQ-1B da Força Aérea dos EUA (UAV), em uma base aérea secreta na região do Golfo Pérsico em 7 de janeiro de 2016. Foto: Getty Images

A CIA e as forças armadas dos EUA têm usado um novo tipo de míssil durante ataques com drones nos últimos anos, de acordo com uma matéria do Wall Street Journal. O que torna este novo míssil único? Ele não explode e, em vez disso, utiliza lâminas afiadas, atingindo os alvos “como uma bigorna em alta velocidade” caindo do céu.

O novo míssil, que não havia sido reconhecido publicamente, é chamado de R9X. Ele é uma variante do míssil Hellfire. Mas, ao contrário de um Hellfire tradicional, o R9X é projetado com seis longas lâminas que emergem do míssil segundos antes do impacto. Não é à toa que ele é apelidado de “Ginsu voadora” internamente.

A meta, de acordo com funcionários dos EUA que falaram com o Journal sob condição de anonimato, é reduzir as baixas desnecessárias e matar apenas a pessoa que era o alvo.

Repórteres de guerra têm especulado desde pelo menos fevereiro de 2017 a existência de um novo tipo de arma. Naquela época, surgiram fotos após a morte de Abu Khayr al Masri, da Al Qaeda, na Síria. O terrorista, um cidadão egípcio, estava viajando em um sedã que ficou surpreendentemente pouco danificado após o ataque de um drone da CIA, mesmo depois de ser atingido por um míssil.

O teto do carro foi destruído, e, como o jornalista Tyler Rogoway informou na época, o veículo “literalmente tem um buraco perfurado no teto sem sinal real de uma grande explosão”.

Outro terrorista, Jamal al-Badawi, pode ter sido alvejado no Iêmen com o novo míssil em janeiro de 2019. Al-Badawi ajudou a orquestrar o atentado de 2000 contra o USS Cole, que matou 17 marinheiros e feriu pelo menos 40.

De acordo com o Journal, o R9X foi desenvolvido na gestão do presidente Barack Obama em um esforço para reduzir as mortes de civis e está em aprimoramento desde pelo menos 2011. O presidente Donald Trump reduziu os esforços para limitar as baixas civis, chegando até mesmo a rescindir uma determinação da era Obama para reportar mortes de civis por drones fora das zonas de guerra.

O R9X já foi usado meia dúzia de vezes ao redor do mundo, de acordo com esta reportagem, incluindo na Líbia, Síria, Iraque, Iêmen e Somália. Esses números, porém, não puderam ser verificados de forma independente. As autoridades de assuntos públicos do Departamento de Defesa dos EUA não responderam imediatamente ao pedido do Gizmodo para comentários nesta manhã.

[Wall Street Journal]

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