Ciência

Cientista descobre “lagartos” que voavam há 200 milhões de anos

Pesquisador acredita que os pequenos lagartos voadores vagavam pelo solo e escalavam árvores em busca de insetos
Ilustração mostra como seria o animal. Foto: Reprodução/Mike Cawthorne

Um pesquisador da Universidade de Bristol, na Inglaterra, descobriu uma nova espécie curiosa: um “lagarto voador” que viveu na região britânica das colinas de Mendip, há mais de 200 milhões de anos.

Mike Cawthorne, estudante de mestrado, descreveu a descoberta em um artigo publicado na revista Proceedings of the Geologists’ Association.

A espécie, que recebeu o nome de Kuehneossauro, compartilhava o espaço com crocodilos. Embora parecessem lagartos, eram parentes dos dinossauros.

O artigo descreve que os animais eram pequenos o suficiente para caber na palma da mão. Além disso, eram divididos em duas espécies: uma com asas extensas e outra com asas curtas, formadas por uma camada de pele esticada sobre costelas laterais alongadas.

Essa adaptação permitia que esses animais saltassem de árvore em árvore em busca de presas, semelhante ao moderno lagarto Draco volans, o dragão voador do sudeste asiático.

Aparência do Kuehneossauro lembra a do Draco volans (foto), o dragão voador. Foto: Zhuxiaoyufish/Flickr

O pesquisador acredita que os pequenos répteis voadores vagavam pelo solo e escalavam árvores em busca de insetos. Eles podiam se lançar no ar e pousar a 10 metros de distância.

Uma grande ilha subtropical, Paleo, se formou há 200 milhões de anos. No Triássico Superior, a área ao redor de Bristol era um arquipélago de pequenas ilhas submersas num mar subtropical quente. Isso proporcionou um ambiente único para esses animais.

“Lagarto” encontrado

Cawthorne fez a descoberta analisando fósseis em pedreiras de calcário na ilha Mendip Palaeo. O estudo aponta que as coletas, realizadas nas décadas de 1940 e 1950, revelaram ossos fossilizados difíceis de identificar.

“As coleções que estudei foram feitas nas décadas de 1940 e 1950, quando as pedreiras ainda estavam ativas. Os paleontólogos podiam visitá-las, ver faces de rocha fresca e conversar com os operários que trabalhavam nelas”, conta o estudante, em comunicado.

O estudo também registra a presença de répteis com dentes complexos, o trilofossauro Variodens e o aquático Pachystropheus, que provavelmente viveu um pouco como uma lontra moderna, comendo camarões e pequenos peixes.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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