_Ciência

Cientistas analisam sinais vitais da Terra. Conclusão: chegou o colapso climático

Caso não haja ação para reverter esses níveis, haverá uma enorme desestabilização na vida humana, revela o estudo elaborado por cientistas de vários países, incluindo o Brasil

Nova análise revela recordes negativos em sinais vitais da Terra, indicando um possível colapso climático

A maioria dos sinais vitais da Terra atingiram recordes negativos extremos, indicando que o futuro da humanidade está em risco por um colapso climático. É o que alertam cientistas de vários países que prepararam um relatório que soa como um alerta. Veja abaixo.

De acordo com esta análise climática anual, publicada no site da Oxford Academic na terça-feira (8), 70% dos sinais vitais da Terra bateram recordes negativos.

Cientistas de instituições como a Universidade de Oregon (EUA) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG – Brasil), ficaram surpresos com o resultado do estudo.

“Estamos à beira de um desastre climático irreversível”, diz o estudo, que revela que 25 dos 35 sinais vitais da Terra, que indicam mudanças climáticas, atingiram níveis recordes em 2023 e 2024.

Segundo a análise, 70% dos sinais da Terra apresentando recordes negativos representam uma “emergência global”, com o tempo de vida da Terra em perigo.

Os 35 sinais vitais são categorizados em quatro grupos:

Principais recordes negativos de sinais vitais da Terra

Os principais causadores da crise climática atual, como enfatiza o estudo, são as emissões de carbono e outros gases do efeito estufa pela ação humana. Também são eles os sinais vitais que mais bateram recordes entre 2023 e 2024, preocupando cientistas sobre o futuro da Terra.

90% das emissões ocorrem pela queima de combustíveis fósseis, enquanto o restante se dá pela devastação da Terra, sobretudo o desmatamento.

De acordo com a análise, a temperatura da superfície e acidez dos oceanos da Terra atingiu níveis recordes, como informamos recentemente aqui no Giz.

Além disso, a média do nível do mar também quebrou seu recorde histórico e o aquecimento global teve seu auge em julho, com os três dias mais quentes da história.

As emissões de combustíveis fósseis não ficaram para trás, crescendo em 1,5% em 2023. Nos próximos anos, o estudo alerta que haverá mais eventos climáticos extremos devido a esses recordes infames.

Por outro lado, a população no planeta cresce em uma taxa de 200 mil pessoas por dia. Similarmente, surgem 170 mil novos animais da pecuária, produzindo emissões consideráveis, além de contribuir para o desmatamento.

Possível colapso climático

Caso não haja ação para reverter esses níveis, haverá uma enorme desestabilização na vida humana – e não humana. O estudo ressalta que, com os dados, o colapso da sociedade é uma possibilidade real.

“Já estamos no meio de uma reviravolta climática extrema, que colocará em perigo a vida na Terra de uma forma nunca antes vista pelos humanos”, diz William Ripple, professor de ecologia da Universidade de Oregon e co-autor do estudo.

No Brasil, segundo Cássio Cardoso Pereira, pesquisador da UFMG e um dos autores do estudo, a principal fonte das emissões é o desmatamento.

Portanto, segundo Pereira, o Brasil deve “frear o desmatamento” e investir em formas regenerativas de agricultura e pecuária, bem como restaurar as áreas desmatadas.

Sair da versão mobile