Ciência

Cientistas avançam em tratamento de Parkinson feito com ímãs no cérebro

Através de ímãs muito pequenos acionados remotamente por wireless, pesquisadores ativaram neurônios específicos e conseguiram aliviar sintomas da doença de Parkinson em ratos de laboratório. Chamada de magneto-genética, a técnica é uma nova aplicação da estimulação cerebral profunda elétrica (DBS), que já é uma forma reconhecida de tratar distúrbios do movimento. No entanto, em seu […]
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

Através de ímãs muito pequenos acionados remotamente por wireless, pesquisadores ativaram neurônios específicos e conseguiram aliviar sintomas da doença de Parkinson em ratos de laboratório.

Chamada de magneto-genética, a técnica é uma nova aplicação da estimulação cerebral profunda elétrica (DBS), que já é uma forma reconhecida de tratar distúrbios do movimento. No entanto, em seu uso tradicional, ainda é considerada invasiva e insegura.

Em geral, o método original consiste em implantar eletrodos no cérebro de uma pessoa. Então,  um pacote de bateria envia sinais elétricos através de fios, ativando as células nervosas em uma região do cérebro chamada núcleo subtalâmico (STN).

Até agora, o uso dessa técnica aliviou tremores, rigidez muscular e movimentos involuntários. Mas também demonstrou potenciais efeitos colaterais, como hemorragia cerebral e danos nos tecidos. Por isso, só é indicada para pacientes com Parkinson em estágio avançado.

A nova aplicação

Para testar um tratamento menos invasivo, pesquisadores criaram ímãs em nanoescala. Então, marcaram esses dispositivos com anticorpos, a fim de auxiliar sua adesão aos neurônios do STN.

Em seguida, modificaram geneticamente essas mesmas células nervosas, para que se ativassem quando os ímãs girassem. Por fim, eles injetaram os ímãs nos cérebros dos ratos de laboratório com doença de Parkinson em estágio inicial e avançado.

Esses ímãs foram ativados via wireless, em um campo magnético cerca de mil vezes menos intenso do que o de uma ressonância magnética (MRI).

Como resultado, aqueles ratos cujos neurônios foram magnetizados apresentaram melhora na função motora, alcançando níveis comparáveis aos de camundongos saudáveis. Em geral, os animais que foram expostos várias vezes ao campo magnético retiveram mais de um terço de suas melhorias motoras.

Além disso, os neurônios dos ratos tratados não apresentaram danos significativos dentro e ao redor do STN. Isso sugere que essa técnica pode ser uma alternativa mais segura aos sistemas tradicionais de DBS implantados, afirmam os pesquisadores. 

Agora, o experimento foi descrito em artigo publicado na revista Nano Letters. Dessa forma, pode funcionar tanto no tratamento da doença de Parkinson quanto em outros distúrbios neurológicos, como epilepsia e doença de Alzheimer.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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