Ciência

Cientistas identificam molécula que consegue prevenir mecanismo do Parkinson

Molécula evitou emaranhado em sequência tridimensional de aminoácidos; descoberta abre caminho para novos tratamentos para o Parkinson
Imagem: Robina Weermeijer/ Unsplash/ Reprodução

Segundo novo estudo publicado na revista Cell Reports Physical Science, uma molécula da proteína alfa-sinucleína conseguiu prevenir que a mesma se transformasse em um emaranhado. A deformação é comum em casos de Parkinson, o que leva a crer que a pesquisa abre novos caminhos para o desenvolvimento de tratamentos para a doença.

Uma proteína, sua deformação e o Parkinson

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A alfa-sinucleína é uma proteína encontrada em células cerebrais e, como todas as proteínas, ela é composta por uma longa cadeia de aminoácidos. Quando ela é produzida, essa cadeia se dobra para formar uma sequência tridimensional.

No entanto, à medida que uma pessoa envelhece, a forma tridimensional da proteína pode se deformar. Isso faz com que ela comece a se aglomerar, formando algo parecido com um emaranhado.

Com o passar do tempo, esses emaranhados apenas continuam a se acumular, formando fibras. Dessa forma, interferem na função normal, o que eventualmente pode matar as células cerebrais.

Em geral, essa deformação está associada a doenças neurodegenerativas, como o Parkinson e outras demências. 

A molécula anti-emaranhado

Para o novo estudo, pesquisadores utilizaram um peptídeo, que é um pequeno fragmento de proteína. Esse peptídeo foi retirado de uma extremidade da cadeia da alfa-sinucleína.

Em seguida, os cientistas misturaram o peptídeo com amostras da sequência tridimensional completa da própria alfa-sinucleína em uma simulação in vitro.

Como resultado, eles descobriram que o fragmento preveniu a deformação da cadeia de aminoácidos, estabilizando sua estrutura. Dessa forma, conseguiu evitar que a alfa-sinucleína formasse os aglomerados.

“Se pudéssemos fazer um diagnóstico antes que os sintomas se apresentem e bloquear a deformação da alfa-sinucleína nos estágios mais iniciais, que antecedem a formação de aglomerados, poderíamos desacelerar a progressão da doença em vez de apenas gerenciar os sintomas após o dano já ter sido causado”, explica Jody Mason, autor do estudo.

Além disso, os resultados do estudo podem auxiliar o desenvolvimento de novos medicamentos que tratam os estágios iniciais do Parkinson.

Por enquanto, os pesquisadores pretendem testar diferentes variações do peptídeo em células cerebrais cultivadas em laboratório.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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