Pesquisadores do Imperial College London, no Reino Unido, estão trabalhando em uma injeção capaz de aumentar o desejo sexual de homens e mulheres. A medicação é feita a partir de um hormônio chamado kisspeptina, responsável por estimular a liberação de outros hormônios reprodutivos no corpo.
Durante testes, os cientistas relataram a capacidade do hormônio em aumentar a atividade em regiões do cérebro ligadas à excitação e atração em homens e mulheres que sofrem com baixa libido. Dois estudos sobre o tema foram publicados na Jama Network Open.
Os cientistas realizaram ensaios clínicos com 32 homens e 32 mulheres com transtorno do desejo sexual hipoativo (DSH). A condição é definida pelo desinteresse nas relações sexuais por um período maior que 6 meses, e afeta cerca de 10% das mulheres e 8% dos homens em todo o planeta.
Parte do grupo recebeu a injeção enquanto o restante tomou um placebo. Depois, foram feitos exames de imagem para avaliar mudanças no cérebro dos indivíduos.
Como funciona o hormônio
Segundo os cientistas, o hormônio foi capaz de diminuir a hiperatividade em regiões ligadas ao DSH, ao mesmo tempo em que aumentou a atividade nas principais regiões sexuais do cérebro.
Também foi avaliada a rigidez peniana dos homens enquanto assistiam a vídeos eróticos. Aqueles que haviam recebido a kisspeptina tiveram um aumento da rigidez de 56% em comparação com o grupo placebo.
Essa é a primeira vez que testes apontam para a capacidade do hormônio em aumentar a atividade em regiões do cérebro ligadas à excitação e atração em pessoas que sofrem com a baixa libido.
Os pesquisadores acreditam que o problema esteja relacionado com a autocrítica e a introspecção. É como se a pessoa pensasse demais em seu desempenho na hora H e nas possíveis críticas do companheiro, o que acaba diminuindo a excitação. As injeções devem ajudar esse grupo a aumentar o desejo sexual sem ligar para outros fatores.