Tecnologia

Cientistas criam disco que guarda mais de 14 mil filmes em 4K

Disco pode armazenar 14 mil filmes de duas horas em resolução 4K, mantendo o tamanho de um DVD ou Blu-ray tradicionais
Imagem: Phil Hearing/Unsplash/Reprodução

Cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia de Xangai criaram um novo tipo de disco ótico muito mais potente que os tradicionais. Com tamanho e formato de um DVD ou Blu-ray, ele consegue armazenar 1,6 petabits de informação — equivalente a mais de 14 mil filmes de duas horas em resolução 4K.

O segredo por trás do disco chinês é o sistema de armazenamento de nanoescala em três dimensões. Em vez de guardar os dados em uma única camada, o disco utiliza 100 níveis diferentes. Além disso, os “pontos de informação” são bem menores do que em DVDs e Blu-Rays, permitindo guardar mais conteúdo.

Como o disco em nanoescala funciona

Tradicionalmente, CDs e DVDs codificam dados em uma série de cavidades microscópicas, os pontos de informação. Esses locais e os espaços entre eles representam os “0s” e “1s” do código binário de computadores. Enquanto isso, os reprodutores de CD, DVD e Blu-ray usam lasers para ler os dados codificados nesses discos.

Embora os discos óticos sejam baratos e bastante duráveis, eles se limitam à quantidade de dados que podem guardar, já que armazenam informações em única camada. No passado, cientistas tentaram criar discos com mais camadas em três dimensões, mas não existia um laser com o comprimento de onda necessário para ler as informações.

Agora, os cientistas na China encontraram uma forma de codificar dados em 100 camadas, utilizando pontos de até 54 nanômetros de largura. Esse tamanho equivale a aproximadamente um décimo dos comprimentos de onda usados para ler e gravar os dados nos discos tradicionais.

Para guardar informações no disco, os cientistas criaram uma técnica inédita em que dois lasers de gravação entram em contato com um material sensível à luz chamado “AIE-DDPR”. Ao controlar o tempo entre o disparo dos lasers, os cientistas produziram pontos de informação menores.

Segundo os pesquisadores, apesar da técnica diferente de gravação, é possível criar um disco em branco em apenas seis minutos, com os mesmos processos de fabricação em massa dos DVDs convencionais.

Disco deve ser usado em grandes centros de dados

Considerando que o interesse por mídias físicas está cada vez menor, é improvável que o disco tenha fins domésticos — e os criadores sabem disso. O objetivo, na verdade, é fornecer a tecnologia a empresas que cuidam de grandes centros de dados, segundo o site IEEE Spectrum.

Ao usar discos em nanoescala, um data center conseguiria economizar muito espaço físico. Uma quantidade de dados que, hoje, ocuparia um estádio inteiro, poderia ser guardada em uma única sala, por exemplo.

Por enquanto, os cientistas ainda trabalham em formas de melhorar a velocidade da gravação e o consumo de energia dos discos em nanoescala.

Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Jornalista especializado em tecnologia, jogos, entretenimento e ciência. Já passou por grandes redações do Brasil (TechTudo, Tecnoblog, Terra e Olhar Digital) e trabalhou com relações públicas e assessoria de imprensa na Theogames, atendendo à Blizzard Entertainment e mais clientes do mercado de videogames. É apaixonado pela cultura geek, música e produção de conteúdo. Nas horas vagas, é aspirante a artista marcial e cozinheiro.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas