Ciência

Cientistas criam nova técnica para “espionar” comunicações extraterrestres

Astrônomos dos EUA mostraram um método que permite escutar sinais de rádio com faixas de frequência similares às de comunicações entre espaçonaves
THQ Nordic/Divulgação

Graças a um sistema estelar próximo do nosso, cientistas norte-americanos desenvolveram uma nova técnica para buscar por sinais de vida e “espionar” comunicações extraterrestres, caso elas existam.

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Em um estudo ainda sem revisão acadêmica, astrônomos de várias universidades dos EUA surgiram com um método que permite escutar sinais de rádio com faixas de frequência extremamente pequenas, similares às frequências de comunicações entre espaçonaves.

Para testar o método, os cientistas escolheram “espionar” possíveis comunicações no sistema estelar TRAPPIST-1, a 41 anos-luz da Terra.

Uma anã vermelha ao centro desse sistema estelar é rodeada por sete exoplanetas rochosos com tamanhos similares aos da Terra. Três desses planetas orbitam a zona habitável da estrela e, portanto, podem ter água e condições de suporte à formação de vida.

A técnica consiste em esperar o vazamento de sinais de rádio quando ocorrem ocultações de planetas por outros planetas. Explicando melhor, se uma civilização alienígena fosse como a nossa, ela enviaria sinais de rádio entre os planetas de seus sistemas, ou até para sondas, rovers e naves vagando pelo sistema.

Essas comunicações ocorreriam através de faixas estreitas de sinais de rádio porque demandam menos energia. No entanto, por serem bem pequenas, essas faixas são mais difíceis de detectar.

Por isso, os cientistas esperaram por uma ocultação entre planetas, algo similar a eclipses solares e lunares, mas com planetas. Quando isso ocorre, há uma chance rara de captar vazamentos de sinais de rádio transmitidos entre os planetas que estão bem próximos na ocultação.

Como detectaram as (ainda inexistentes) comunicações extraterrestres 

Na tentativa de “espionar” tais comunicações extraterrestres no sistema estelar, os cientistas usaram o famoso telescópio de 1 hectare, o Allan Telescope Array, formado por uma série de radiotelescópios.

Havia a previsão de sete possíveis ocultações de planetas em planetas no sistema estelar de TRAPPIST-1. A observação – ou stalking – durou 28 horas. A maior em um único alvo do sistema estelar e detectou produzindo 2.200 sinais de rádio que poderiam coincidir com o fenômeno astronômico.

No entanto, como os próprios cientistas afirmam, nenhum desses sinais “eram de origem não humana”.

Portanto, os cientistas não ouviram comunicações, ou tecnoassinaturas extraterrestres. Porém, eles conseguiram demonstrar que a técnica funciona em qualquer lugar do cosmo.

“Os métodos e algoritmos que desenvolvemos para esse projeto podem, eventualmente, ser aplicados em outros sistemas estelares. Aumentando nossas chances de encontrar comunicações regulares entre planetas para além do nosso Sistema Solar – caso elas existam”, afirmou Nick Tusay, co-autor do estudo.

Além disso, os cientistas, que parecem ter uma obsessão em descobrir vida extraterrestre, afirmaram que vão continuar a busca por comunicações alienígenas.

“Com equipamentos melhores, como vindouro Telescópio de Um Quilômetro Quadrado [Square Kilometre Array (SKA), conjunto de rádio telescópios em construção na Austrália, que ficará pronto em 2027], conseguiremos detectar sinais de civilizações extraterrestres se comunicando por suas espaçonaves”, finalizou o pesquisador.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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