Cientistas criam “StarCrete”, concreto cósmico 2 vezes mais resistente que o comum

Receita leva apenas poeira extraterrestre, amido de batata e uma pitada de sal, e promete ser também uma alternativa mais sustentável
Cientistas criam "StarCrete", concreto cósmico 2 vezes mais resistente que o comum
Imagem: Aled Roberts/Universidade de Manchester/Reprodução

A NASA planeja construir bases na Lua por volta da década de 2030. Esse será apenas o primeiro passo para que os astronautas cheguem e se estabeleçam em Marte.

O plano envolvendo o planeta vermelho é bastante ambicioso, mas está cada dia mais próximo de se tornar realidade. Agora, Cientistas da Universidade de Manchester, no Reino Unido, desenvolveram um tipo de concreto capaz de ser usado para construir casas em Marte. 

O material recebeu o nome de “StarCrete”. Sua receita leva apenas poeira extraterrestre, amido de batata e uma pitada de sal. Parece receita de caldeirão de bruxa, mas a mistura, descrita em um estudo científico na revista Open Engineering, é duas vezes mais forte que o concreto comum — e pode ser facilmente feito fora da Terra.

A batata é um alimento que provavelmente fará parte da dieta dos astronautas em Marte, por isso o uso de seu amido. Segundo os cientistas, um saco de 25 quilos de batatas desidratas contém amido suficiente para produzir quase meia tonelada de StarCrete. Isso renderia mais de 213 tijolos de material. 

A equipe também observou que o cloreto de magnésio, um sal comum obtido da superfície marciana ou das lágrimas dos astronautas, poderia melhorar significativamente a resistência do StarCrete. 

Enquanto a resistência à compressão do concreto comum é de 32 MPa (Megapascais), a do material feito com regolito simulado de Marte é de 72 MPa. Quando usada poeira lunar simulada, a resistência foi para 91 MPa.

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Os cientistas britânicos pretendem aprimorar o StarCrete para que ele possa ser usado até mesmo na Terra. A produção do cimento e do concreto requer temperaturas e quantidades de energia muito altas, contribuindo com cerca de 8% das emissões globais de gás carbônico.

O material cósmico, por sua vez, é mais ecológico, pois pode ser feito em um forno comum em temperaturas normais de cozimento, demandando menos energia.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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