Ciência

Cientistas descobrem abelha que sobrevive vários dias debaixo d’água

Em experimento, abelhas rainhas da espécie mamangava sobreviveram sete dias submersas enquanto hibernavam em tocas cavadas no solo
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

As abelhas mamangavas conseguem sobreviver durante dias submersas na água, de acordo com um novo estudo publicados na revista Biology Letters. Polinizadora e essencial para o ecossistema, a espécie se mostrou resiliente a possíveis inundações, fruto das mudanças climáticas.

Abelhas mamanavas descobertas ao acaso

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Rondeau descobriu por acidente que as rainhas de mamangava podiam resistir ao “afogamento”. Como a espécie cava buracos na terra para hibernar durante o inverno, ela pesquisava se resíduos de pesticidas presentes no solo afetavam os insetos de alguma maneira.

Até que um dia, durante o experimento, água entrou acidentalmente nos tubos. Mas, para a surpresa da pesquisadora, nada de prejudicial aconteceu com as abelhas

“Estudo abelhas mamangavas há muito tempo. Falei sobre isso com muitas pessoas e ninguém sabia que isso era possível”, contou a cientista.

Então, ela realizou um experimento para entender melhor o que aconteceu. Dessa vez, a pesquisadora colocou dentro de tubos 143 abelhas da espécie Bombus impatiens que estavam no período de hibernação.

Parte dos tubos permaneceram sem água, outros com pouca quantidade e, por fim, havia aqueles em que as abelhas mamangavas ficavam totalmente submersas. A pesquisadora realizou testes que variaram de oito horas a sete dias de duração.

Como resultado, 81% das abelhas mamangavas rainhas que foram submersas enquanto hibernavam  sobreviveram. Elas permaneceram vivas durante os sete dias de experimento e por mais oito semanas depois.

Resiliência às mudanças climáticas

Embora mais pesquisas sejam necessárias para a compreensão do impacto desse processo a longo prazo na saúde das abelhas mamangavas, Rondeau afirma que este é um indicativo de que a espécie tem uma certa adaptabilidade. 

De acordo com a pesquisadora, os representantes da espécie na América do Norte são particularmente resistentes. Em geral, eles não mostram o mesmo grau de declínio populacional que outras abelhas.

Além disso, a resistência à submersão na água pode ser positiva frente às mudanças climáticas, que aumentam a frequência de inundações. 

“É encorajador saber que pelo menos (as inundações) não são outra grande ameaça que temos que considerar”, conclui Rondeau.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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