Pela primeira vez na história, astrônomos conseguiram encontrar água na superfície de um asteroide. O feito foi realizado por pesquisadores do Southwest Research Institute, nos EUA.
Os cientistas utilizaram dados coletados pelo agora aposentado Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha (Sofia, na sigla em inglês).
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Observações feitas pelo instrumento Faint Object InfraRed Camera (Forcast) do Sofia mostraram que dois asteroides – chamados Iris e Massalia – exibem um comprimento de onda específico de luz. Nesse sentido, esse comprimento indica a presença de moléculas de água em sua superfície.
“Os asteroides são restos do processo de formação planetária. Portanto, suas composições variam dependendo de onde se formaram na nebulosa solar”, disse em um comunicado a principal autora do estudo, Anicia Arredondo.
“Dessa forma, de particular interesse é a distribuição de água nos asteroides. Porque isso pode esclarecer como a água foi entregue à Terra”, completou a cientista.
Importância da descoberta
Massalia é um grande asteroide do cinturão principal. Foi descoberto por Annibale de Gasparis em 19 de setembro de 1852. Assim, Massalia possui um diâmetro médio de 145 km, e orbita o Sol a uma distância média de 2,0671 UA (cerca de 150 milhões de quilômetros).
Já Íris tem uma superfície é muito refletiva (brilhante) e a sua composição é de uma mistura de níquel e ferro com silicatos de ferro e magnésio. Além disso, a Íris foi descoberto a 13 de Agosto de 1847 por John Russell Hind do Reino Unido. O nome provém da deus grega Íris, irmã das Harpias.
De acordo com a pesquisa, a descoberta de água em asteroides do Sistema Solar interno é importante pois aumenta a probabilidade de encontrar água em outros planetas e luas. Assim, expandindo as possibilidades para a busca por vida extraterrestre
Assim, segundo os pesquisadores, compreender a localização dos asteroides e as suas composições nos diz como os materiais foram distribuídos e evoluíram desde a sua formação. O estudo descrevendo as descobertas foi publicado no Planetary Science Journal neste mês.
A pesquisa se baseou na descoberta de água na superfície da Lua iluminada pelo Sol. Em 2020, uma pesquisa usou os dados do Sofia para detectar moléculas de água numa das maiores crateras do hemisfério sul da Lua.