Ciência

Cientistas identificam asteróide que caiu perto de Berlim como um aubrite raro

NASA previu a queda de asteroide na Alemanha e pesquisadores encontraram seus fragmentos; meteoritos têm composição rara
Imagem: Museum für Naturkunde Berlin by Laura Kranic/ Reprodução

Depois da previsão, da queda e de encontrar os resquícios do asteroide 2024 BX1, na Alemanha, pesquisadores analisaram e descobriram a composição dos meteoritos. Ao que tudo indica, eles têm elementos químicos comuns em acondritos do tipo aubrite — que são raros.

Agora, a análise foi submetida à Comissão Internacional de Nomenclatura da Sociedade Meteorítica, que irá examinar e confirmar a composição. No entanto, a classificação está alinhada com o que muitos pesquisadores suspeitavam ao olhar para as imagens dos vestígios do asteroide 2024 BX1.

Como são os resquícios do asteroide 2024 BX1

Fragmentos de asteroides que não se desintegraram ao atravessar a atmosfera da Terra, os meteoritos costumam ter uma fina crosta de vidro preto. Isso acontece devido ao calor do atrito atmosférico, que ocorre quando o objeto chega ao planeta.

Contudo, os resquícios do asteroide 2024 BX1 são diferentes. Em vez da crosta preta, eles possuem uma camada de vidro translúcida. Por este motivo, os pesquisadores da equipe de Peter Jenniskens, que buscaram pelos vestígios, relataram grande dificuldade em encontrá-los.

“Só avistamos os meteoritos depois que uma equipe polonesa de caçadores identificou a primeira parte e pôde nos mostrar o que procurar”, disse Jenniskens. De acordo com o pesquisador, o material é muito similar a outras rochas na Terra.

Em seguida, os cientistas analisaram o material encontrado com uma microssonda de elétrons, que comprova a mineralogia e a composição química. Além da crosta vítrea, os pesquisadores descobriram que o meteorito também contém pouco ferro, características típicas de aubrites.

“Os aubrites não se parecem com o que as pessoas geralmente imaginam que os meteoritos pareçam. Eles se parecem mais com um granito cinza e consistem principalmente nos silicatos de magnésio, enstatita e forsterita”, disse Christopher Hamann do Museu für Naturkunde, que esteve envolvido na classificação inicial e participou da busca. 

De acordo com o Instituto SETI, parceiro da NASA, o nome desse tipo de meteorito surgiu como uma lembrança de um exemplar similar que caiu na vila de Aubrés, na França, em 1836. 

Segundo pesquisadores, foi essa evidência que embasou a classificação do asteroide tão rapidamente. Por isso, eles ressaltam a importância das coleções para a pesquisa atual.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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