Cientistas descobrem fóssil mais antigo de girino gigante na Argentina
Durante uma busca por fósseis de dinossauros na Argentina, cientistas esbarraram no fóssil mais antigo de um girino gigante. Em um estudo publicado na revista Nature, na última quarta-feira (30), os cientistas revelaram que o fóssil de girino tem 161 milhões de anos.
Desse modo, o fóssil quebrou o recorde de fóssil mais antigo de girino. O recordista anterior tem cerca de 20 milhões de anos e o mais antigo de sapos adultos tem 217 milhões de anos.
Os cientistas descobriram o fóssil de girino em um arenito, em janeiro de 2020, após muitos dias de escavação na Patagônia, conforme revela a coautora do estudo, Mariana Chuliver, bióloga argentina.
Fóssil de girino gigante é o mais antigo do mundo
No sedimento, os cientistas encontraram partes do crânio e da espinha do girino, bem como impressões de seus olhos e nervos. Após análises, a equipe de cientistas argentinos e chineses revelou que o fóssil de girino é o mais antigo do mundo.
Além disso, segundo Chuliver, o fóssil também é o mais preservado da espécie, sendo útil para estudar a evolução desses anfíbios.
A paper in @Nature describes a fossil tadpole from around 161 million years ago, which is the oldest known tadpole reported to date. https://t.co/x4fvENV9PL pic.twitter.com/wPgymSyJCE
— Nature Portfolio (@NaturePortfolio) October 30, 2024
O fóssil da Argentina pertence à espécie Notobatrachus degiustoi, que, de acordo com o estudo, são classificados como gigantes.
Portanto, o girino de 16 centímetros é um filhote de um sapo-gigante extinto há milhões de anos, que, aliás, é o sapo do período jurássico mais famoso e preservado.
Na evolução, o gigantismo é o resultado de espécies se tornando maiores em relação aos seus ancestrais menores.
De acordo com o estudo, o fóssil de girino que os cientistas encontraram na Argentina revela que a espécie é uma das poucas da ordem Anura com girinos e sapos-gigantes. Este fóssil tem o mesmo tamanho de algumas espécies adultas, segundo os cientistas.
Por fim, os cientistas apontam que o fóssil é bastante similar aos girinos atuais, com remanescentes dos sistemas de guelras dos girinos para peneirar partículas de comida na água.