Cientistas descobrem material que parece plástico e conduz eletricidade
Pesquisadores da Universidade de Chicago, nos EUA, descobriram um novo material parecido com plástico, mas que conduz eletricidade como os metais. A descoberta é surpreendente por que vai contra todas as regras que conhecemos sobre eletricidade.
Em artigo publicado na revista Nature na quarta-feira (26), os cientistas mostram que o material leva energia de forma eficaz mesmo tendo uma estrutura de moléculas desordenada. A expectativa é usá-lo como um novo elemento para a tecnologia eletrônica.
Até hoje, os metais orgânicos, como alumínio e cobre, são considerados os principais condutores. Em comum, todos têm fileiras retas e compactas de átomos ou moléculas. Na prática, os elétrons fluem facilmente nessas fileiras como carros em uma rodovia.
Mas não é o que acontece com esse novo material, ainda não nomeado pelos pesquisadores. Como as moléculas são desordenadas, a hipótese dos pesquisadores é que ele funcione em camadas, quase como “folhas de uma lasanha”.
Mesmo que as folhas deslizem para os lados, os elétrons ainda conseguem se mover horizontal ou verticalmente – desde que as peças se toquem em algum ponto. O material faz isso com facilidade e força, além de garantir estabilidade ante condições adversas de clima e superfícies, por exemplo.
“É quase como uma massinha condutora”, disse John Anderson, professor de química da Universidade de Chicago e coautor do estudo. “Você pode espremê-la no lugar e ela conduz eletricidade mesmo assim”.
Possível revolução à frente
A descoberta do material abre caminho para uma verdadeira revolução no mundo dos condutores de eletricidade. A vantagem, na comparação com os metais, é que o material recém-descoberto é mais fácil de moldar e mais robusto em condições cotidianas.
“Essencialmente, [a descoberta] sugere novas possibilidades para um grupo tecnológico extremamente importante de materiais”, afirmou Jiaze Xie, da Universidade de Princeton, coautor do estudo.
Agora, os pesquisadores exploram diferentes formas e funções que o material pode ter. “Achamos que podemos torná-lo 2D ou 3D, poroso e até meses introduzir outras funções”, pontuou Xie.