Ciência

Cientistas descobrem para que servem as “pernas” deste peixe incomum

Cientistas revelaram como a formação genética desta espécie incomum de peixe deu origem a essas pernas e como elas são usadas; saiba mais
Imagem: Anik Grearson/Divulgação

O tordo-do-mar-do-norte é um peixe que incomum que desperta interesse de cientistas pelas suas características peculiares, como suas pernas. Com o nome de um pássaro, devido às suas nadadeiras quem lembram asas – mas o peixe não voa – o tordo-do-mar-do-norte (Prionotus carolinus) tem seis “pernas” similares às de um caranguejo.

Pesquisadores suspeitavam que as pernas incomuns serviam para ajudar o peixe a detectar comida de uma forma diferente.

Agora, cientistas de Harvard e Stanford, bem como pesquisadores Universidade de Gênova, desvendaram o mistério por trás das pernas deste peixe incomum.

Em um estudo publicado na última quinta-feira (26), os cientistas revelaram como a formação genética desta espécie incomum de peixe deu origem a essas pernas e como elas são usadas.

Segundo os cientistas, as pernas do tordo-do-mar-do-norte, além de ajudar a locomoção do peixe, desempenham um papel importante como órgão sensorial na caça.

As pernas possuem um revestimento de papilas gustativas – estruturas sensoriais que temos na língua responsáveis pelo paladar. Assim, o peixe consegue utilizar as pernas para detectar e desenterrar pequenas presas nos sedimentos do fundo do mar, segundo os cientistas.

Pernas são características evolutivas do peixe incomum

Através de experimentos em ambientes controlados, os cientistas observaram que o tordo-do-mar-do-norte consegue alternar entre nadar e “caminhar” durante a caça.

Desse modo, a técnica incomum deste peixe incomum consiste em utilizando as pernas e nadadeiras para vasculhar o substrato marinho para encontrar comida.

Os cientistas confirmaram essa hipótese por análises genéticas e dos tecidos deste animal incomum e em testes com produtos químicos, revelando a habilidade sensorial das pernas do peixe.

Imagem: Anik Grearson/Divulgação

Além disso, os cientistas observaram que peixes de outro lote, que também tinham seis pernas, não conseguiam usá-las para encontrar presas. Os pesquisadores descobriram que essa espécie era o tordo-do-mar-listrado (Prionotus evolans), do mesmo gênero, mas sem a característica sensorial, indicando uma divergência evolutiva entre as duas espécies. 

Aliás, a habilidade sensorial incomum das pernas do peixe é um exemplo de como a evolução serve para adaptação de organismos.

O tordo-do-mar-do-norte vive em águas rasas de fundo arenoso na Costa Atlântica Nordeste, região entre o Canadá e os EUA. A área é ideal para o peixe usar suas habilidades peculiares para garantir a sobrevivência da espécie.

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Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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