Cientistas desenvolvem tratamento para obesidade sem efeitos adversos

O tratamento para obesidade apresenta resultados similares ao da cirurgia bariátrica, mas não tem necessidade de operação; entenda como funciona
Cientistas desenvolvem tratamento para obesidade sem cirurgia
Imagem: engin akyurt/Unsplash/Reprodução

A cirurgia bariátrica, que visa reduzir o tamanho do estômago, costuma ser indicada para pacientes com obesidade grave. O excesso de peso desse grupo aumenta o risco de complicações como hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, entre outras.

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Agora, pesquisadores americanos criaram um tratamento com resultado similar ao da cirurgia, mas sem necessidade de operação. O trabalho foi apresentado nesta quarta (29) durante reunião da American Chemical Society (ACS).

Por enquanto, os cientistas testaram o novo tratamento apenas em roedores. O composto injetável foi capaz de reduzir o peso e o nível de glicose no sangue de ratos de laboratório.

Em resumo, a equipe desenvolveu um peptídeo (estruturas que ligam aminoácidos) que ativa dois receptores para peptídeo YY (PYY) e um para glucagon (GLP-1). Falamos grego? Calma, a gente explica.

Tanto o PYY quanto o GLP-1 são hormônios que atuam no organismo sinalizando a saciedade, reduzindo o apetite e normalizando os níveis de açúcar no sangue. Já existe no mercado medicamentos replicando tais funções, mas muitas pessoas sofrem com efeitos adversos e não seguem com o tratamento contra a obesidade.

Resultados do estudo

O novo composto, chamado GEP44, foi testado em ratos e musaranhos (um tipo pequenino de roedor). O segundo animal foi adicionado no estudo devido a sua capacidade de vomitar, podendo assim ser observada a presença de reações.

Após 16 dias, ratos submetidos ao estudo perderam uma média de 12% de seu peso. Os musaranhos não apresentaram nenhum efeito colateral, como náusea ou vômito.

A equipe acredita que a perda de peso não esteja relacionada apenas à saciedade e diminuição da alimentação, mas também ao maior gasto de energia, que está ligado a um aumento da movimentação, frequência cardíaca ou temperatura corporal.

Além disso, os pesquisadores disseram que os ratos que utilizaram o composto permaneceram com o peso ideal mesmo após a interrupção do tratamento, o que não é visto com os medicamentos atuais. A equipe pretende realizar testes com primatas nas próximas fases do estudo.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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