Cientistas desenvolvem tratamento para obesidade sem efeitos adversos
A cirurgia bariátrica, que visa reduzir o tamanho do estômago, costuma ser indicada para pacientes com obesidade grave. O excesso de peso desse grupo aumenta o risco de complicações como hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, entre outras.
Agora, pesquisadores americanos criaram um tratamento com resultado similar ao da cirurgia, mas sem necessidade de operação. O trabalho foi apresentado nesta quarta (29) durante reunião da American Chemical Society (ACS).
Por enquanto, os cientistas testaram o novo tratamento apenas em roedores. O composto injetável foi capaz de reduzir o peso e o nível de glicose no sangue de ratos de laboratório.
Em resumo, a equipe desenvolveu um peptídeo (estruturas que ligam aminoácidos) que ativa dois receptores para peptídeo YY (PYY) e um para glucagon (GLP-1). Falamos grego? Calma, a gente explica.
Tanto o PYY quanto o GLP-1 são hormônios que atuam no organismo sinalizando a saciedade, reduzindo o apetite e normalizando os níveis de açúcar no sangue. Já existe no mercado medicamentos replicando tais funções, mas muitas pessoas sofrem com efeitos adversos e não seguem com o tratamento contra a obesidade.
Resultados do estudo
O novo composto, chamado GEP44, foi testado em ratos e musaranhos (um tipo pequenino de roedor). O segundo animal foi adicionado no estudo devido a sua capacidade de vomitar, podendo assim ser observada a presença de reações.
Após 16 dias, ratos submetidos ao estudo perderam uma média de 12% de seu peso. Os musaranhos não apresentaram nenhum efeito colateral, como náusea ou vômito.
A equipe acredita que a perda de peso não esteja relacionada apenas à saciedade e diminuição da alimentação, mas também ao maior gasto de energia, que está ligado a um aumento da movimentação, frequência cardíaca ou temperatura corporal.
Além disso, os pesquisadores disseram que os ratos que utilizaram o composto permaneceram com o peso ideal mesmo após a interrupção do tratamento, o que não é visto com os medicamentos atuais. A equipe pretende realizar testes com primatas nas próximas fases do estudo.