Em maio de 2022, um terremoto de magnitude 4,7 causou vibrações que se propagaram por Marte por pelo menos seis horas. Agora, um novo estudo revela que forças tectônicas enormes dentro da crosta do planeta foram responsáveis pelo evento sísmico.
Os tremores emitiam um sinal parecido com o de terremotos anteriores, causados por impactos de meteoróides. Por isso, pesquisadores acreditavam que esse evento (denominado ‘S1222a’) também poderia ter a mesma razão.
Contudo, o estudo publicado na revista Geophysical Research Lettersrevelou a verdadeira causa. O terremoto foi o último registro da InSight, uma missão da NASA que buscava estudar o interior de Marte por meio da geofísica, especialmente a sismologia.
Entenda a pesquisa
O estudo só foi possível graças à cooperação de várias agências espaciais. Aliás, esta foi a primeira vez que todas as missões em órbita ao redor de Marte colaboraram em um único projeto. Isso porque, embora Marte seja menor do que a Terra, tem uma área superfície semelhante, já que não possui oceanos.
Dessa forma, mapear essa extensão de 144 milhões de quilômetros quadrados era um desafio. Assim, colaboraram no projeto a Agência Espacial Europeia, a Administração Espacial Nacional da China, a Organização Indiana de Pesquisa Espacial e a Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos.
Cada uma das agências examinou dados de seus próprios satélites em busca de uma nova cratera que indicasse o impacto de um meteoróides. Após meses de esforços, os pesquisadores não encontraram nada.
Dessa maneira, os pesquisadores concluíram que o evento foi causado pela liberação de forças tectônicas enormes no interior de Marte.
“Ainda acreditamos que Marte não possui placas tectônicas ativas hoje. Portanto, esse evento provavelmente foi causado pela liberação de estresse dentro da crosta de Marte”, explicou Benjamin Fernando, autor do estudo.
De acordo com os cientistas, esses estresses são o resultado de bilhões de anos de evolução do planeta. Isso inclui o resfriamento e a contração de diferentes partes de Marte em níveis diferentes, por causas ainda desconhecidas.
Em geral, outros pesquisadores consideram que o experimento mostra o quão importante é manter um conjunto diversificado de instrumentos em Marte.
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