Cientistas dos EUA já trabalham em pílulas para longevidade dos cachorros
A expectativa de vida de um chihuahua é de 12 a 20 anos. Um dogue alemão, por sua vez, vive entre 8 e 10 anos. A idade máxima dos cães é inversamente proporcional ao seu tamanho: quanto maior o animal, menores suas chances de viver por um longo período de tempo.
Esse fato é triste para os “pais de pet”, que fariam qualquer coisa para ter dois ou três anos extras com seu companheiro. Agora, isso está prestes a se tornar realidade: a empresa Loyal, fundada por Celine Haliua, está trabalhando em pílulas para a longevidade de cachorros.
Testes em laboratório já mostraram que o envelhecimento não é necessariamente uma degradação inevitável do corpo. Na verdade, como foi explicado pelo site Wired, ele é um processo biológico com controles e componentes genéticos, os quais poderiam ser hackeados.
Mecanismos de reparo de DNA ajudam as baleias-da-Groenlândia, por exemplo, a ultrapassar os 200 anos. Por que não replicar isso em outras espécies?
Vale dizer que os cães são apenas o início de um plano maior. O objetivo dos cientistas, na verdade, é encontrar medicamentos que permitam a maior expectativa de humanos.
Por enquanto, os cachorros são uma alternativa para os ensaios clínicos por terem um menor custo e vidas mais curtas, o que permite aos pesquisadores chegar a resultados de forma rápida. Além disso, eles levam um estilo de vida “mais humano” do que os ratos de laboratório, permitindo uma melhor comparação.
A Loyal trabalha atualmente em dois medicamentos: Loy-001 e Loy-002.
O primeiro é destinado a prolongar a vida útil e a saúde de cães de raças grandes e gigantes, e seria dado pelo veterinário ao animal dentro de um intervalo de três a seis meses. Ensaios clínicos com cachorros estão planejados para 2023, com sua possível liberação prevista para 2026.
Já o Loy-002 destina-se a prolongar a vida e a saúde de cães mais velhos de todas as raças, excluindo os animais de porte pequeno. Neste caso, seriam dados comprimidos diários para o animal. Os cientistas começaram a testar a pílula em cachorros em setembro desse ano e pretendem ter o produto no mercado em 2024.
Os mecanismos por trás do medicamento não foram expostos pela empresa. Porém, há outros grupos interessados em aumentar a longevidade de cachorros e que dão algumas dicas de como isso seria feito.
Um deles é o Dog Aging Project, liderado pela Universidade de Washington e pela Faculdade de Medicina Veterinária e Ciências Biomédicas A&M do Texas, ambas nos EUA. A equipe está testando a rapamicina, um imunossupressor indicado para evitar a rejeição de órgãos após transplantes renais.
Segundo estudos, animais que receberam o medicamento se tornaram mais ativos, provavelmente porque sofreram o alívio de artrites ou outras dores. Mais pesquisas devem ser conduzidas em breve para confirmar sua efetividade.
No final, o principal objetivo dos pesquisadores é simples: evitar doenças relacionadas à idade e, consequentemente, prolongar a vida útil do animal. Basta esperar para saber se os planos se concretizarão.