Cientistas estão abandonando o Twitter, diz pesquisa da Nature

A gestão de Elon Musk tem gerado insatisfação entre os usuários da rede, agora conhecida como X
Cientistas estão abandonando o Twitter, diz pesquisa da Nature
Imagem: Claudio Schwarz/ Unsplash/ Reprodução

Apesar de ser utilizado por muitas pessoas apenas como um diário digital, o Twitter também se tornou um espaço que conquistou divulgadores da ciência. Mas com as recentes mudanças na rede social, isso parece estar mudando.

A revista científica Nature questionou cientistas que já divulgaram seus trabalhos na plataforma, que agora se chama X. Mais da metade dos respondentes relatou ter reduzido o tempo que passa na rede nos últimos seis meses, e 7% parou completamente de acessá-la.

A gestão de Elon Musk

Desde que o empresário assumiu o controle do Twitter, em outubro de 2022, implementou uma série de mudanças que se tornaram impopulares entre os usuários. A redução da moderação de conteúdo e o abandono do sistema de verificação ‘blue-check’ foram algumas das principais razões para o incômodo. 

Agora, com o selo de verificado concedido apenas a quem paga por isso, muitos perfis que propagam desinformação acabaram ganhando mais influência e privilégios. Cientistas respondentes da pesquisa notaram um aumento no número de contas falsas, trolls e discurso de ódio na plataforma.

Outra mudança implementada pela gestão de Musk foi o fechamento do acesso gratuito à interface de programação de aplicativos (API) do Twitter. Muitos cientistas utilizavam a API para explorar como as pessoas interagiam com a plataforma e entre si.

Isso motivou e alimentou diversos estudos sobre desinformação, respostas a desastres e dinâmicas sociais na Internet. Agora, pesquisadores só podem acessar esses dados se pagarem por isso, de modo que esse tipo de pesquisa científica foi interrompida ou dificultada.

E agora?

Uma das vantagens do Twitter era como ele criava um senso de comunidade para pesquisadores. Outro ponto positivo era a possibilidade de divulgarem suas pesquisas e alcançarem jornalistas e a sociedade, em geral. Por isso, muitos se preocupam que o cenário em mudança esteja desfazendo alguns dos avanços que o Twitter ajudou a facilitar.

Agora, aqueles que estão pensando em deixar a rede X já começam a migrar para outras plataformas. Aproximadamente 46% dos cientistas participantes da pesquisa ingressaram em outras mídias sociais. Como alternativa ao antigo Twitter, a Mastodon foi a mais mencionada. 

Em seguida, foram apontadas as plataformas LinkedIn, Instagram e Threads, respectivamente. Bluesky e TikTok também foram citadas. O duro é conseguir criar uma comunidade engajada do zero.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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