Não estamos sós: cientistas identificam primata que também cutuca o nariz

O aie-aie, um tipo de lêmure, é mais um mamífero flagrado mexendo no nariz e levando o muco até a boca. Cientistas ainda não sabem explicar o comportamento
Não estamos sós: cientistas identificam primata que também cutuca o nariz
Imagem: Anne-Claire Fabre/Renaud Boistel/Reprodução

O hábito de cutucar o nariz pode ser considerado indelicado, mas é mais comum do que você imagina. Atire a primeira pedra, afinal, quem não usou os dedos para “limpar o salão” quando se está sozinho em casa. Ou no banho, talvez. Ou, ainda, quando não tem ninguém olhando.

O comportamento, aliás, não é exclusivo dos humanos. Há outras 12 espécies de primatas, como orangotangos, chimpanzés, gorilas e macacos-prego, que também cutucam o nariz. Entre elas, está o aie-aie (Daubentonia madagascariensis), lêmure natural de Madagascar.

O costume foi observado por Anne-Claire Fabre, pesquisadora da Universidade de Berna, na Suíça, que viu o animal enfiando seus dedos incrivelmente compridos na narina. Depois, ele levava a gosma retirada até sua boca. Que delícia.

Para ter uma ideia, os dedos do animal representam 65% de suas mãos. Eles usam as mãos para bater na madeira e gerar reverberações acústicas. Então, identificam a localização das larvas e extraem o alimento com auxílio dos ossos alongados.

Os cientistas utilizaram tomografia computadorizada para reconstruir a posição do dedo médio do animal dentro da cavidade nasal. Dessa forma, observaram que o dedo descia até a garganta. O estudo foi publicado na revista científica Journal of Zoology.

Há poucos estudos sobre o que leva os animais no geral a cutucarem o nariz. Enquanto alguns cientistas apostam que cutucar o nariz e levar a meleca até a boca pode colaborar na disseminação de bactérias nocivas, outros falam sobre os benefícios que o hábito traria para os dentes, evitando cáries. 

Na pesquisa recém divulgada, os pesquisadores apostam em algo mais simples: a textura, crocância e salinidade do muco podem ser agradáveis o suficiente para que os animais mexam no nariz e façam um lanchinho para lá de nojento. 

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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