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Cientistas infectaram mulheres de propósito com zika para testar vacina

Dados dessa pesquisa podem ajudar a avançar nos estudos para uma vacina para o Zika Vírus que seja viável para aplicação em larga escala

Sudeste vira foco principal de casos de zika vírus no Brasil

Imagem: Stephen Ausmus/USDA/Flickr/Reprodução

Cientistas infectaram de propósito um grupo mulheres com o vírus zika. Essa iniciativa estranha é por um bom motivo: os pesquisadores querem descobrir se a vacina para a doença está funcionando.

Os pesquisadores foram liderados pela professora Anna Durbin, da Universidade Johns Hopkins, nos EUA. Eles recrutaram 28 mulheres voluntárias para ver se poderiam ser infectadas com segurança por uma das duas cepas diferentes do zika.

Oito receberam placebo no lugar do vírus. Das 20 mulheres de fato infectadas com o vírus – 10 para cada tipo – todas desenvolveram infecções confirmadas por exames, mas tiveram apenas sintomas leves. Um bom sinal.

Os resultados vieram a público no último fim de semana, durante a reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, nos Estados Unidos, e foram publicados pela revista Nature.

Os dados dessa pesquisa podem ajudar a avançar nos estudos para uma vacina que seja viável para aplicação em larga escala. Até o momento não existe nenhum tipo de imunizante para proteger do Zika.

“Infelizmente, já se passaram sete anos desde a epidemia de 2016 e ainda não existem vacinas licenciadas para o zika”, disse Krishanthi Subramaniam, pesquisadora da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, à Forbes.

O que é o xika vírus

O zika vírus é uma arbovirose que foi isolada pela primeira vez em macacos na floresta Zika de Kampala, Uganda no ano 1947. O primeiro isolamento humano foi relatado na Nigéria em 1953.

Desde então, o zika expandiu sua abrangência geográfica para vários países da África, Ásia, Oceania e Américas. A maioria das infecções são assintomática.

Entretanto, a associação da infecção viral com complicações neurológicas como microcefalia congênita e síndrome de Guillain-Barré foi demonstrada por estudos realizados durante surtos da doença no Brasil e na Polinésia Francesa.

A gestante infectada, sintomática ou assintomática, pode transmitir o vírus para o feto durante todo o período gestacional. Gerando a manifestação de diversas anomalias congênitas – sobretudo a microcefalia.

Por isso, no ano de 2015, em decorrência do aumento de nascimentos com microcefalia e sua associação com a infecção pelo vírus Zika, foi declarado no Brasil o estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN).

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