Cientistas iniciam testes em nova droga que faz dente crescer de novo

Medicamento inédito pode fazer com que dentes cresçam de novo, regenerando-se após a perda ao longo da vida
Imagem: PxHere/Reprodução

Os testes de um medicamento inédito, que promete revolucionar a forma como os dentistas trabalham começam neste mês. A droga é desenvolvida por cientistas japoneses, e é capaz de fazer com que os nossos dentes cresçam de novo, regenerando-se após a perda.

Alguns animais, como crocodilos e lagartixas, podem regenerar os dentes, substituindo-os ao longo da vida. No entanto, a capacidade de substituir indefinidamente os dentes estava fora do alcance humano. Afinal, os dentes só crescem naturalmente duas vezes na vida: primeiro na infância e depois quando os dentes de leite caem e são substituídos pelos permanentes.

O novo medicamento pode mudar isso, e ajudar pessoas que sofrem com problemas de queda dentária. A previsão é que a droga esteja disponível para uso até 2030.

Neste primeiro momento, os ensaios clínicos serão focados em pacientes com agenesia dentária, condição genética ou hereditária em que a pessoa nasce sem um ou mais dentes.

Como a droga age

Os cientistas descobriram que um anticorpo para o gene 1 associado à sensibilização uterina, conhecido como USAG-1, poderia estimular o crescimento de dentes em camundongos com agenesia dentária, em um estudo anterior. O truque, descobriram os pesquisadores, era bloquear a interação desse gene com outros, que muitas vezes bloqueiam o crescimento de novos dentes.

Esta nova droga poderia desbloquear a capacidade de substituir os dentes perdidos em qualquer paciente, algo que poderia substituir totalmente a forma como os dentistas lidam com esses casos. Esperançosamente, teremos em breve resultados bem-sucedidos do estudo e opções mais difundidas para esse tipo de tratamento para pessoas que precisam ou desejam.

Segundo Katsu Takahashi, chefe do departamento de odontologia e cirurgia oral do Medical Research Institute Kitano Hospital, em Osaka (Japão), quando estiver apta para o uso humano, a droga será usada no tratamento de crianças de 2 a 6 anos que apresentam sinais de anodontia. Trata-se de distúrbio genético raro que leva à ausência de todos os dentes.

A pesquisa que descreve a técnica foi publicada na revista científica Science Advances.

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