Cientistas querem usar IA para entender comunicação de animais

Cientistas americanos pretendem usar técnicas de aprendizado de máquina já aplicadas no estudo da linguagem humana para entender todos os animais da Terra. Veja como
IA animais - Imagem mostra criança próxima de cavalos.
Imagem: Melanie Dretvic/Unsplash/Reprodução

Pesquisas que tentam entender a comunicação dos animais podem parecer apenas curiosidade humana. Afinal, o que tem de tão especial em saber o que o seu cachorro está tentando te dizer? Por outro lado, entender padrões vocais de animais também podem servir como uma ferramenta importante para salvar a biodiversidade. 

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Em resumo, se a humanidade conseguisse entender o que os animais têm para falar (e saber quando estão estressados, quando não encontram parceiros ou quando estão sofrendo), nos esforçaríamos mais para salvá-los.

Pensando nisso, pesquisadores do Earth Species Project (ESP), um grupo sem fins lucrativos da Califórnia, está trabalhando agora na decodificação da comunicação de todos os animais da Terra – desde os vermes até os elefantes. A equipe pretende usar o aprendizado de máquina — basicamente, ensinar uma máquina por tentativa e erro, a partir de uma base de dados gigantesca — para alcançar esse feito. 

A ideia é baseada na própria decodificação da linguagem humana. A tecnologia pretendida já se mostrou útil em traduzir línguas distintas através da simples relação semântica. Basicamente, os cientistas criam algoritmos para representar palavras e “medem” a distância geométrica multidimensional entre os termos, encontrando relações e formando frases. Difícil? Em resumo, “rei”, por exemplo, está tão próximo de “homem” quanto “rainha” está de “mulher”.

Os cientistas sabem que a missão não será tão simples. Os animais não usam apenas as vocalizações para se comunicar, mas também gestos corporais. As abelhas, por exemplo, balançam no ar para informar a localização de uma flor a suas companheiras.

Por enquanto, a equipe já foi capaz de desenvolver um modelo de IA que difere o chamado de um animal dentro de um grupo. Ou seja, eles conseguiram mostrar qual macaco estava emitindo sons entre todos os primatas. Isso também foi feito para golfinhos e morcegos. 

Os próximos passos para a decodificação da comunicação dependem ainda de uma avaliação de contexto. Não basta ouvir o animal; é preciso ainda analisar o seu comportamento e criar ligações. O estudo será aplicado inicialmente em baleias jubartes. 

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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