Ciência

Cientistas querem usar IA para tirar fotos de lembranças da mente

Ideia é que fotografias de lembranças possam ajudar a recordar momentos importantes da vida que ficaram sem registros; inteligência artificial é essencial no processo
Imagem: Raj Rana/ Unsplash/ Reprodução

Existem momentos da vida que são tão importantes onde as pessoas ficam tão envolvidas, que esquecem de registrar com fotos. Apenas depois que o momento prazeroso já passou é que se lembra da necessidade de ter guardado uma recordação, uma fotografia de lembranças.

Uma situação parecida com essa deve ter acontecido com você — e com muitas pessoas mundo afora. E é justamente para resolver esse problema que um grupo de pesquisa está trabalhando. E já faz testes do uso de inteligência artificial para recuperar posteriormente as memórias perdidas.

O projeto Synthetic Memories faz parte do movimento dos Domestic Data Streamers. Ao utilizar modelos de IA e os dados do cérebro de uma pessoa, a equipe por trás do projeto é capaz de criar uma fotografia de memória. 

Assim, desenvolve imagens sobre um evento que, até então, estava registrado apenas na cabeça. Em geral, a promessa é de criar fotos que pareçam capturadas quando o evento estava acontecendo.

Como funciona a fotografia de lembranças

O último teste foi feito com Maria, uma mulher espanhola de 84 anos que vive em Barcelona. Para o projeto, ela contou sobre ter uma memória muito viva de tentar avistar seu pai, que estava preso em um local em frente à sua casa na época.

Com base em análises de sua memória e seus relatos, os pesquisadores puderam criar uma fotografia de lembrança. Na imagem, Maria está na varanda de sua casa, buscando seu pai do lado de fora.

Para gerar a fotografia de lembrança da espanhola, a equipe do Domestic Data Streamers usou modelos antigos de inteligência artificial, como o DALL-E 2. Por isso, há uma série de imperfeições na imagem.

Apesar de visualmente imperfeito, eles acreditam que esses modelos mais antigos ajudam a capturar os aspectos mais nebulosos e difusos das memórias. Por exemplo, aquilo que não é lembrado nos detalhes mais finos.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas