Cientistas revivem lombriga em dormência há 46 mil anos
Cientistas reviveram uma lombriga congelada há 46 mil anos que sobreviveu 40 metros abaixo da superfície no permafrost siberiano em estado de criptobiose, semelhante à dormência, relata um estudo publicado no PLOS Genetics.
Isso acontece porque organismos em estado criptobiótico são capazes de suportar a ausência de água ou oxigênio, bem como altas temperaturas, congelamento ou salinidade extrema. Eles produzem um açúcar chamado trealose, possivelmente permitindo que suportem o congelamento e a desidratação. Nesse estado de dormência, suas taxas metabólicas diminuem a um nível indetectável.
A descoberta é importante porque, como explicou o professor e pesquisador alemão Teymuras Kurzchaliae à CNN, significa que “pode-se interromper a vida e recomeçá-la desde o início”. Ele ainda acrescenta que outros organismos já foram revividos desse estado antes. Entretanto, eles sobreviveram por décadas, ao invés de milênios.
“Ver que o mesmo caminho bioquímico é usado em uma espécie que está a 200, 300 milhões de anos de distância é realmente impressionante. Significa que alguns processos na evolução são profundamente conservados”, completou o líder do grupo de pesquisa, Philipp Schiffer.
De acordo com ele, a análise dos animais pode dar pistas sobre a biologia da conservação, ajudando a proteger outras espécies mesmo em condições extremas.
Como a ciência reviveu a lombriga congelada?
Anos atrás, cientistas russos encontraram duas espécies de lombrigas no permafrost siberiano. A pesquisadora Anastasia Shatilovich reviveu dois dos vermes reidratando-os com água, levando cerca de 100 deles para laboratórios na Alemanha para análise, em seu bolso.
Depois de descongelar os vermes, os cientistas usaram a análise de radiocarbono do material vegetal na amostra para entender o período de tempo do congelamento. Análises genéticas mostraram que os vermes pertenciam a uma nova espécie, que recebeu o nome de Panagrolaimus kolymaenis.
Veja como cientistas congelaram um rim de rato para transplantá-lo pela primeira vez nesta matéria do Giz Brasil.