Cloudflare pede desculpas por serviço de gateway bloquear sites LGBTQ

Serviço permitia que clientes bloqueassem determinadas categorias, incluindo uma relacionada à comunidade LGBTQ.
Imagem: Divulgação
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A empresa de hospedagem Cloudflare confirmou que seu serviço próprio de gateway de filtragem de tráfego não conta mais com um recurso pré-definido que bloqueia sites LGBTQ. A companhia fez o anúncio em resposta a uma mensagem enviada por um analista britânico, que notou que uma das categorias bloqueadas pelo gateway era essa relacionada ao público LGBTQ.

O serviço de gateway de filtragem de tráfego da Cloudflare tem como objetivo proteger os navegadores de acessar sites repletos de malware ou golpes. Além de dar aos clientes a chance de restringir o acesso a determinados sites associados a spyware ou spam, o Cloudflare oferece a opção de bloquear páginas em categorias específicas, como “jogos de azar” ou “violência”.

Até a última semana, o gateway também permitia que os clientes filtrassem páginas que hospedavam determinados conteúdos — algo que, segundo a companhia, estava no controle de uma empresa parceira.

Enquanto vasculhava sites de “sociedade e estilo de vida” que a Cloudflare poderia filtrar, o analista de tecnologia Henry Cole, que mora em Londres, encontrou uma subcategoria de páginas bloqueadas ​​que foi rotulada apenas como “LGBTQ”. Foi então que Cole publicou um tweet mostrando algumas das categorias inclusas nessa lista de bloqueio. A Cloudflare prontamente removeu a categoria.

Segundo Dane Knecht, vice-presidente sênior da empresa, disse que, apesar do apontamento de Cole, sua companhia não “categoriza sites internamente”, mas sim “categoriza [a compra] de várias fontes externas”.

Cloudflare já registrou caso semelhante em 2020

Essa não é a primeira vez que essas “fontes externas” fizeram com que a Cloudflare cortasse o acesso a sites dedicados à comunidade LGBTQ. Há cerca de um ano, a empresa lançou um produto de filtragem de tráfego voltado especificamente para famílias, dizendo que o objetivo era impedir que as crianças acessassem acidentalmente “conteúdo adulto”. No final das contas, esse amplo guarda-chuva não cobriu apenas sites que hospedavam pornografia pesada ou conteúdo educacional, mas serviços dedicados a apoiar a comunidade gay — incluindo alguns que eram voltados para crianças gays e trans.

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Na época, a Cloudflare pediu desculpas e culpou um parceiro externo pelo problema, dizendo que um dos fornecedores tinha várias categorias de “conteúdo adulto” para bloquear. A empresa explicou que uma delas espelhava a definição usada pelo Google Safesearch, que filtra pornografia explícita ou sites que descrevem pornografia especificamente. Embora a Cloudflare tivesse a intenção de usar esse filtro como parte de seu produto para famílias, a empresa escolheu uma categoria diferente de “conteúdo adulto” que usava uma definição mais liberal, bloqueando sites relacionados a LGBT no processo.

“Configuramos uma série de verificações de sites conhecidos que deveriam estar fora das categorias pretendidas, incluindo muitos que listamos de maneira equivocada. Esperamos que isso ajude a detectar erros como esse no futuro”, completou a Cloudflare.

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