“Cola cerebral” pode ajudar a tratar lesões graves

Estudo mostra que "cola cerebral" ajudou a prevenir danos a longo prazo e perda de tecido do cérebro de ratos feridos.
Fatias plastinadas do cérebro humano exibidas no Plastinarium, um museu, centro de ensino e instalação de manuseio de corpos, criado pelo anatomista Gunther von Hagens, em Guben, Alemanha. Crédito: Sean Gallup (Getty Images)

Cientistas dizem que estão um passo mais perto de mostrar que sua tecnologia experimental de hidrogel — mais conhecida como “cola cerebral” — pode ajudar pessoas com lesões cerebrais traumáticas. Em um estudo recente, eles descobriram que essa cola ajudou a prevenir danos a longo prazo e perda de tecido cerebral de ratos feridos, ao mesmo tempo em que acelerou o processo de cura.

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Lesões cerebrais traumáticas graves, do tipo causada por acidentes com risco de vida ou agressões que podem levar as pessoas ao coma, são muito difíceis de tratar. Mesmo nos melhores casos, as pessoas frequentemente precisam passar por um longo processo de recuperação e podem ter complicações para o resto da vida. Mas pesquisadores da Universidade da Geórgia liderados por Lohitash Karumbaiah têm trabalhado no desenvolvimento de novas maneiras de reparar cérebros gravemente danificados.

Uma abordagem promissora desenvolvida por Karumbaiah e sua equipe é a cola cerebral. A cola é, na verdade, feita de açúcares complexos, dispostos de uma maneira específica para se parecer com os açúcares encontrados naturalmente no cérebro. Normalmente, esses compostos se ligam a outras proteínas que, juntas, ajudam a proteger e reparar as células. Ao implantar a cola no cérebro das pessoas logo após a lesão, a esperança é que ela aumente nossa capacidade de cura natural, evitando danos que de outra forma seriam intratáveis ​​e garantindo melhores resultados para os pacientes.

Uma pesquisa anterior da equipe sugeriu que a cola parecia funcionar conforme o esperado a curto prazo em ratos com lesões cerebrais graves, com benefícios documentados até quatro semanas depois. Mas este novo estudo, publicado no mês passado na Science Advances, descobriu que os benefícios do tratamento também podem ser vistos 20 semanas após a lesão, em comparação com um grupo de ratos de controle.

“Animais que receberam o implante de cola para o cérebro, na verdade, mostraram reparação de tecido cerebral severamente danificado”, disse Karumbaiah em um comunicado divulgado pela universidade. “Os animais também demonstraram um tempo de recuperação mais rápido em comparação com indivíduos sem esses materiais.”

Os ratos tratados ainda mostraram um aprimoramento cognitivo. Como parte do experimento, eles receberam uma tarefa simples de tentar alcançar e agarrar um objeto, e os que receberam o tratamento tiveram um desempenho melhor do que o grupo de controle. Os pesquisadores também encontraram evidências de melhora na cura nas regiões do cérebro conhecidas por estarem envolvidas nessa tarefa, indicando que a cola foi responsável pelo melhor desempenho.

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Ratos e humanos compartilham muitos circuitos cerebrais semelhantes, então é bem possível que essa cola possa ajudar as pessoas com esse tipo de lesão. Porém, mais estudos e testes clínicos em pessoas precisariam ser feitos antes que pudéssemos começar a ver esse tipo de tecnologia sendo amplamente usada em hospitais. Para isso, Karumbaiah entrou com um pedido de patente de sua cola cerebral, e sua equipe garantiu financiamento para continuar desenvolvendo a pesquisa. Esse é o tipo de trabalho que pode não só ajudar pessoas com lesões cerebrais traumáticas graves, mas também outras condições neurológicas, como a doença de Parkinson.

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