Como a tecnologia deve ser usada para segurança no show da Madonna
A cantora Madonna vai realizar um show gratuito na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em maio, e a Polícia Militar irá reforçar a segurança no local. Assim como no Réveillon de 2023, os policiais devem utilizar tecnologia para reduzir a criminalidade, incluindo drones e câmeras com software de reconhecimento facial.
A PM do Rio de Janeiro chama a iniciativa de “Programa de Videomonitoramento Urbano”. Antes das comemorações de ano novo, os agentes instalaram diversas câmeras com software de reconhecimento facial em quase toda a orla da cidade, do Leme à Pedra de Guaratiba, e nas principais vias expressas e túneis.
Desde o início da operação, a PM efetuou 50 prisões em pouco mais de dois meses. Segundo informações do G1, os presos eram procurados por crimes como homicídio, feminicídio, associação ao tráfico de drogas, furto e roubo a mão armada.
Para ampliar a cobertura das imagens e a segurança durante o show da Madonna, a PM deve utilizar drones com as mesmas câmeras, assim como no Réveillon.
Câmeras começam a funcionar aos poucos no Rio
Durante o Réveillon de 2023, o projeto da PM começou com 100 câmeras, no total. Em janeiro deste ano, a prefeitura do Rio de Janeiro implementou o software em mais 21 câmeras do Centro de Operações do Rio (COR), no bairro da Lapa.
No final de fevereiro, o Metrô Rio, a Supervia, a CCR Barcas e a CCR Via Lagos assinaram um termo de adesão à iniciativa. Agora, as câmeras das estações de metrô, trem e barca também podem identificar rostos, conforme os bancos de dados da Polícia Civil.
As câmeras captam não só rostos, como também placas de veículos. No dia a dia, as imagens aparecem tanto em um “carro comando”, equipado com mais quatro câmeras, quanto no Centro Integrado de Comando e Controle da PM.
Quando acontece a identificação de uma pessoa ou um veículo com pendências no banco de mandados de prisão e apreensão, o sistema emite um alerta. Em seguida, agentes da PM se direcional ao local da ocorrência.
Tecnologia de reconhecimento facial ainda tem falhas
A tecnologia de reconhecimento facial é controversa e divide opiniões de especialistas. Qualquer falha no processo pode fazer com que uma pessoa seja abordada ou até mesmo presa por engano — e isso já aconteceu.
No início das operações no Rio de Janeiro, as câmeras resultaram em pelo menos duas prisões equivocadas. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da capital fluminense, os erros aconteceram por “inconsistências do sistema” e uma “questão de atualização dos bancos de dados”.
Atualmente, o sistema utiliza apenas os dados do Sistema de Cadastro de Mandados de Prisão da Polícia Civil para identificar possíveis suspeitos. Em nota, a pasta disse ter o objetivo de unificar os bancos de dados da polícia, Justiça e Governo Federal para “dar o máximo de automação a este processo e consequentemente mais rapidez nas abordagens”.
No estado de São Paulo, o Ministério Público pediu a suspensão do Programa Smart Sampa, que previa a instalação de câmeras para reconhecimento facial. Na época, vereadoras da capital apontaram que, segundo especialistas em segurança, a tecnologia tinha caráter discriminatório.
De acordo com as pesquisas levantadas, 90,5% das pessoas presas em outras regiões do Brasil por meio de reconhecimento facial eram negras.